Os livros mais censurados dos Estados Unidos em 2018 continham temas e imagens LGBTQs, de acordo com a lista anual da Associação Americana de Bibliotecas. No total, foram 483 títulos presentes no relatório; dos 11 primeiros colocados, seis foram banidos de escolas, livrarias e bibliotecas no país por terem conteúdo queer e serem “controversos”.

“A literatura nos ajuda a navegar o mundo jogando luz em assuntos desafiadores e desconfortáveis. A censura nos deixa no escuro. Proibir conversas apenas termina em espalhar o medo, a desconfiança e a ignorância”, declarou a associação em comunicado oficial. Na lista de 2017, apenas quatro livros de temática LGBTQ+ havia entrado no top 10.

Abaixo, confira os livros de temática queer que foram mais censurados nos EUA em 2018:

“George”, de Alex Gino

“George” (Ed. Galera Record) foi o livro mais banido de 2018 por contar a história de uma menina trans que “se sente presa no corpo de um menino”. Outro motivo que criou reclamação de pais sobre o título foi que ele “incentiva crianças a apagarem seus históricos de navegação online e injetarem hormônios”.

Ao contar história de garota trans, 'George" foi o livro mais banido dos EUA em 2018 (Foto: Reprodução)
Ao contar história de garota trans, ‘George” foi o livro mais banido dos EUA em 2018 (Foto: Reprodução)

“A Day In The Life of Marlon Bundo”, de Jill Twiss

Escrito como uma sátira sobre o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e o livro infantil que sua esposa e sua filha lançaram (“A Day In The Life of The Vice President”), o título fez parte de uma esquete do “Last Week Tonight With John Oliver” e foi comercializado posteriormente. Na versão censurada, o coelho de Pence vive um caso de amor com outro coelho, o que acabou provocando os ânimos conservadores dos republicanos.

“As Aventuras do Capitão Cueca”, de Dav Pilkey

O volume “Capitão Cueca e A Saga Sensacional Do Fedor, O Grande” (Ed. Cosac Naify) também foi banido das prateleiras simplesmente por ter um casal homoafetivo em um título voltado para o público infantil.

“Drama”, de Raina Telgemeier

O quadrinho, ainda inédito no Brasil, conta a história da colegial Callie, uma garota apaixonada por teatro que se envolve na produção de uma peça em sua escola. O livro foi banido porque tem personagens e conteúdos LGBTs.

“This Day in June”, de Gayle E. Pitman

Outro que não foi lançado ainda no Brasil, “This Day in June” é um livro de ilustrações voltado ao público infanto-juvenil e que mostra o clima de celebração, respeito e diversidade que toma conta das Paradas de Orgulho LGBT pelo mundo afora.

O título causou tanto desconforto entre conservadores que um cristão fundamentalista se filmou queimando este e outros livros em Iowa. Posteriormente, uma vaquina online conseguiu levantar U$ 3.000 para reconstruir o acervo da biblioteca municipal de onde o homem havia retirado o livro.

"This Day In June" conta histórias de respeito e diversidade em Paradas do Orgulho LGBT (Foto: Reprodução)
“This Day In June” conta histórias de respeito e diversidade em Paradas do Orgulho LGBT (Foto: Reprodução)

“Dois Garotos Se Beijando”, de David Levithan

Lançado no Brasil também pela Galera Record, o romance é baseado em eventos reais e conta a história de dois rapazes gays (Harry e Craig) que tentam quebrar o recorde de beijo mais longo da história. Narrado pelo ponto de vista dos homens que morreram por Aids, o título também foi queimado nos EUA.