Híbrida
ARTE & LITERATURA

Cazuza vai ganhar exposições inéditas no Rio e em SP

Cazuza vai ganhar exposição inédita no Rio e em SP (Foto: Arquivo)

Quase 25 anos após sua morte, Cazuza permanece mais presente do que nunca no imaginário brasileiro. Agora, os fãs e admiradores do artista terão a chance de matar um pouquinho da saudade com a recém-anunciada exposição Cazuza: do Exagerado ao Tempo que Não Para, um projeto imersivo e inédito que será exibido em São Paulo e no Rio de Janeiro, relembrando a trajetória artística e pessoal do artista.

Com estreia prevista para 2025, quando a morte do artista completa 25 anos no dia 7 de julho, a exposição terá instalações interativas e projeções visuais que vão recriar alguns dos lugares mais emblemáticos e marcantes da vida de Cazuza e, consequentemente, do Rio de Janeiro.

Um dos mais notórios boêmios cariocas, o artista costumava pegar uma praia no Posto 9 da Praia de Ipanema, se esbaldar pelos bares do Leblon e frequentar o Circo Voador, assim que este foi inaugurado ainda na orla do Arpoador. Mais tarde, ele faria seu primeiro show sob a lona mais famosa do Rio, antes de tocar em palcos maiores, como o do Canecão, em Botafogo.

Além das projeções imersivas, a exposição também vai recriar momentos icônicos da carreira de Cazuza, obviamente sem deixar de fora uma trilha sonora com seus maiores sucessos. O público ainda terá acesso a seus objetos pessoais, instrumentos musicais, figurinos e manuscritos de algumas composições.

Assim como o próprio homenageado fazia em vida, Cazuza: do Exagerado ao Tempo que Não Para não pretende se limitar à arte e terá também um forte caráter crítico. A exposição deve abordar as questões sociais e políticas que Cazuza levantou em suas canções, como o amor livre, a luta pela liberdade e a resistência contra o preconceito, em especial sua corajosa luta contra o HIV/Aids.

O projeto é uma parceria entre a Hit Makers, hub de projetos proprietários do Grupo 4ZERO4, com a Caselúdico.

Cazuza: as homenagens não param

As homenagens ao cantor, que faleceu em 1990 devido a complicações causadas pelo HIV, não param por aí. Ainda este ano, os fãs de Cazuza foram presenteados com dois livros inéditos lançados pela Editora WMF Martins Fontes, reforçando o impacto duradouro de sua vida e obra.

Em Meu Lance é Poesia, organizado por Ramon Nunes Mello, o leitor garante acesso a 238 poemas do próprio Cazuza, escritos entre 1975 e 1989, alguns dos quais deram origem às canções que marcaram gerações, como “Um Dia na Vida”, “Exagerado”, “Ideologia” e “Eu Queria Ter Uma Bomba”.

As capas dos livros recém-lançados sobre Cazuza (Foto: Divulgação)
As capas dos livros recém-lançados sobre Cazuza (Foto: Divulgação)

 Protegi Teu Nome Por Amor é uma fotobiografia, também com curadoria de Nunes Mello, mas dessa vez em parceria com a mãe do cantor, Lucinha Araujo. A publicação, que conta com prefácio de Gilberto Gil e um texto de Pedro Bial na contracapa, apresenta mais de 700 imagens, muitas delas inéditas, que retratam a vida e a carreira do artista. Os livros estão disponíveis para compra na Amazon e podem ser adquiridos em um box com capa dura ou separadamente. 

No início do ano, Lucinha anunciou também um outro plano para manter ainda mais viva a memória do filho. Em entrevista à Rolling Stone, ela revelou o desejo de lançar um disco com músicas inéditas de Cazuza cantadas na voz de Jão. Nos últimos anos, o cantor tem feito uma série de homenagens ao poeta, cantando alguns de seus maiores hits em shows de tributo.

“Não tem pessoa melhor indicada do que ele. Ele conhece a obra do Cazuza toda. Eu até gostaria que ele gravasse… Ele está querendo gravar um disco só com músicas inéditas do Cazuza. Quem sabe a gente consegue isso, não é? Se for da minha vontade e da dele, vai acontecer”, disse Lucinha à publicação, em março. Ela ainda revelou que ainda guarda cerca de 30 músicas e poemas inéditos do filho.

Em agosto, Jão confirmou que a oferta de Lucinha foi formalizada e a missão aceita. “Quero fazer da maneira certa, respeitando a obra dele. Mas já vi uma música que ele nunca gravou e é perfeita, como não poderia deixar de ser”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Ele ainda acrescentou: “Preciso me provar muitas vezes. É uma coisa constante, que vou querer para sempre”.

O projeto, entretanto, ainda não tem previsão de ser lançado. Abaixo, assista à apresentação de Jão no Prêmio Multishow de 2020, onde ele cantou “Codinome beija-flor” e “O tempo não para”.

Notícias relacionadas

Novo livro de memórias de RuPaul será lançado no Brasil

Revista Híbrida
1 ano atrás

Nova autobiografia de RuPaul chega ao Brasil em meio a polêmicas

João Ker
10 meses atrás

Museu de SP estreia exposição sobre resistência lésbica

Maria Eugênia Gonçalves
1 ano atrás
Sair da versão mobile