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Carnaval 2023: Madame Satã será homenageada por escola de samba do Rio

Madame Satã será homenageada no carnaval de 2023 pela Lins Imperial (Foto: Walter Firmo / Reprodução)

Madame Satã será homenageada no carnaval de 2023 pela Lins Imperial (Foto: Walter Firmo / Reprodução)

Depois de ser atacada no governo Bolsonaro, Madame Satã retoma pelo menos parte da glória que a transformou no malandro mais temido e artista efervescente da Lapa com uma homenagem à moda carioca. Satã será homenageada como tema da Sociedade Recreativa Escola de Samba Lins Imperial (SRES Lins Imperial), escola de samba do carnaval do Rio de Janeiro que compete no grupo da Série Ouro desde 2022.

No Twitter, a Lins Imperial tem divulgado fantasias das alas comerciais para o desfile, assinado por Edu Gonçalves e Ray Menezes. Eles também confirmaram Danny Fox como Rainha da Escola – posto que ocupa desde 2020; Anderson Reis, como Rei e a influencer Katarina Harmony como Rainha de Bateria.

O título do desfile de 2023 será Madame Satã: Resistir Para Existir, inspirado no enredo apresentado em 1990, do carnavalesco Sérgio Farias. “Satã, analfabeta, preta, nordestina e bicha é assunto, é burburinho, é discurso político, é tema de enredo de escola de samba no carnaval. Ela não morreu, ela nunca vai morrer”, descreve o texto da escola de samba que comemorará 60 anos de história.

A homenagem acontece três anos após o nome de Madame Satã ter sido retirado de uma lista no site da Fundação Cultural Palmares que celebra Personalidade Negras. À época, o então presidente da entidade vinculada à Secretária de Cultura, Sérgio Camargo, escreveu em suas redes sociais que “a Fundação não presta homenagem a bandidos”.

“Alguém sabe se o ator Lázaro Ramos saiu em defesa do Madame Satã, criminoso que glamourizou no cinema? Condenado a 27 anos, a ficha criminal de Satã inclui três homicídios, agressões, furtos, porte de arma, e por aí vai…A Palmares não mais o homenageia, já Lázaro Ramos…”, escreveu, referindo-se ao papel interpretado por Ramos na cinebiografia dirigida por Karim Aïnouz, em 2002.

Satã foi a grande inspiração por trás da 3ª edição da Híbrida, “Liberdade?”. Lançada em 2018, ano em que a Lei Áurea completou seu 130º aniversário, o tema geral que permeava a edição foi o questionamento de até que ponto somos realmente livres, especialmente a população negra. Saiba mais sobre sua história e legado aqui.

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