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Entre erros e acertos, Drag Race Brasil causa boa impressão na estreia

Bruna Braga, Grag Queen, Gretchen e Dudu Bertholini no palco de "RuPaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

Bruna Braga, Grag Queen, Gretchen e Dudu Bertholini no palco de "RuPaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

A espera finalmente chegou ao fim: veio aí a estreia do tão aguardado RuPaul’s Drag Race Brasil! O reality, que por aqui está sendo transmitido pela MTV Brasil e pelo Paramount+, chegou às plataformas do streaming na madrugada desta quarta-feira (30) e já demonstrou que a corrida pelo prêmio principal de R$ 150 mil promete ser acirrada.

Grag Queen, vencedora da primeira temporada de Queen of the Universe, é a responsável por tomar o lugar de RuPaul Charles no comando da versão brasileira. Carismática e super à vontade, ela brilha diante das câmeras, com comentários pertinentes sobre a cena drag dentro da estrutura do show, mas também em suas especificidades nacionais.

O werkroom também é de dar inveja aos de outras edições, inclusive à original. Montado na Colômbia, ele salta aos olhos por sua paleta de cores chamativa e não parece ter sido uma mera reciclagem da versão mexicana, como alguns internautas alegaram à época das gravações.

Agora, vamos ao que importa: as competidoras! A estrutura desta estreia seguiu uma fórmula já utilizada pela franquia: a de dividir o total de participantes em dois grupos distintos. Tal estratégia, inaugurada na 6ª temporada regular dos Estados Unidos, funciona para que o espectador consiga se familiarizar melhor com as participantes antes da eliminação e, convenhamos, é uma ótima forma de dar a elas mais espaço de tela.

No entanto, por se tratar de um episódio inaugural, sentimos falta de ver o elenco interagindo em sua totalidade – algo que parece estar relegado apenas ao capítulo seguinte, de acordo com a prévia já liberada.

Naza, Diva More, Betina Polaroid, Melusine Sparkle, Aquarela e Miranda Lebrão, primeiras queens a entrarem em cena, têm química entre si. Apesar da diferença de idade, não parece haver um atrito no diálogo entre elas, pelo menos por enquanto. Ao contrário: durante a preparação para o desafio principal, até as alfinetadas soam amigáveis e recheadas de bordões abrasileirados – o que certamente já deve ter dado uma dose extra de trabalho a quem for legendar o programa para a sua exibição no exterior.

O maxichallenge da semana, porém, é uma grande surpresa, fugindo um pouco ao molde do que estamos acostumados para um primeiro episódio de Drag Race – normalmente dedicado à apresentação de um show de talentos ou a uma sessão de fotos caótica. Desta vez, as queens tiveram de criar a letra de uma música inédita, incluindo melodia, coreografia e a gravação de um videoclipe original, apresentado sob o nome da girl band fictícia As Good Girls.

Embora consigamos acompanhar o processo de composição e gravação da música – que ressaltam, mais uma vez, o preparo de Grag para o trabalho -, somos privados dos bastidores do clipe. Uma escolha não muito acertada da edição, já que o material final não foi lá muito memorável e é facilmente a parte mais fraca do episódio.

Por outro lado, a passarela com o tema Minhas Raízes já deu uma boa partida para a temporada, permitindo que as competidoras apresentem um pouco mais de suas origens. A vaquinha de Diva More – um conceito simples, mas bem executado – foi encantadora, assim como a homenagem à belíssima obra de Oscar Niemeyer na Igreja da Pampulha de Aquarela e a “casa do subúrbio realness” de Miranda Lebrão, que, infelizmente, não parece ter sido bem compreendida pelos jurados.

Tal júri, aliás, ainda não teve seu momento de destaque. Formar uma nova bancada de Drag Race é sempre uma tarefa difícil. Na temporada inaugural do Canadá, por exemplo, Jeffrey Bowyer-Chapman foi alvo de ataques online por parte do público, que ficou descontente com os comentários do ator. Em contrapartida, a versão espanhola se tornou um sucesso instantâneo pela química palpável entre Supremme de Luxe (a apresentadora), Ana Locking, Javier Ambrossi e Javier Calvo

Prova é que o estilista Dudu Bertholini e a comediante Bruna Braga, integrantes da bancada fixa, ainda não cativaram o público e já dividiram as opiniões dos espectadores. Gretchen, convidada especial deste episódio, serviu mais de reverência pelo posto lendário que ocupa como criadora de memes brasileiros do que como uma observadora relevante para a arte drag apresentada. Falta saber o que o restante da temporada preparará.

Entre pequenos erros e acertos maiores, a estreia de RPDR Brasil demonstrou, mais uma vez, porque esta é a maior plataforma televisada de drag queens do mundo. A edição, até quando é falha (como no momento do videoclipe), segue dando espaço para exibir os talentos e singularidades de suas participantes e, em especial, a apresentadora, que parece ter nascido exatamente para estar à frente de um reality tão importante como este. Ansiosa pelo que virá pela frente!

O primeiro episódio de RuPaul’s Drag Race Brasil está disponível para streaming no catálogo do Paramount+. No restante da América Latina, a exibição está por conta da WoW Presents Plus.

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