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Drag Race Brasil encontra o equilíbrio no terceiro episódio

Hugo Gloss, Bruna Braga, Grag Queen e Dudu Bertholini no palco de "RuPaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

Hugo Gloss, Bruna Braga, Grag Queen e Dudu Bertholini no palco de "RuPaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

Após uma boa introdução, RuPaul’s Drag Race Brasil parece finalmente ter deslanchado no terceiro episódio da temporada de estreia! Nesta semana, as queens tiveram de incorporar maria-chuteiras num desafio de atuação, além de desfilar na passarela sob o tema Top Model Tupiniqueens, inspirado nas grandes modelos brasileiras, como Gisele Bündchen, Alessandra Ambrósio e Adriana Lima.

ATENÇÃO: SPOILERS DOS TRÊS PRIMEIROS EPISÓDIOS ADIANTE!

Tudo começou com uma pequena discussão no werkroom, logo após a eliminação de Diva More no episódio anterior. Melusine Sparkle se queixou da torcida para Betina Polaroid durante o lipsync, justificando que os gritos de apoio a uma participante podem acabar desestabilizando a adversária. Shannon Skarllet e Organza, que estavam vibrando por Betina, discordaram, sob o argumento de que se uma queen é boa ou não, não será o incentivo vocal que irá afetar seu desempenho na dublagem.

As razões de Melusine são compreensíveis: em qualquer competição, os gritos ou vaias direcionados a uma competidora têm sim a capacidade de abalar sua performance. No entanto, RPDR é, afinal, um reality show, e quanto mais lenha na fogueira existir, mais entretenimento poderemos prestigiar, contanto, é claro, que não parta para ofensas pessoais – o que, definitivamente, não foi o caso.

E entretenimento foi o que não faltou a este episódio que enfim reuniu todas as participantes numa mesma prova. Primeiro, tivemos o mini-challenge, onde cada uma deu vida a uma Miss própria. Adoramos ver como algumas demonstraram suas veias cômicas, com ou sem trocadilhos no nome, e divertiram a apresentadora Grag Queen, que segue excelente à frente do programa.

Depois, foi a vez de se prepararem para o desafio principal: atuar no velório de um jogador de futebol bem dotado rodeado por suas víúvas maria-chuteiras. Houve aquela típica rixa em torno de determinado papel – Naza e Shannon batalharam pela mesma personagem -, mas nada anormal para um challenge do tipo na franquia.

Por aqui, fizemos coro à opinião dos jurados sobre o destaque absoluto de Miranda Lebrão, que deu sobrevida à esquete quando apareceu em cena. O comando da personagem criada, a entonação da voz e a desenvoltura corporal já colocam-na como um grande competidora de via humorística, e mal podemos esperar para ver o que ela irá entregar no primeiro Snatch Game do Brasil.

Na passarela, também concordamos com o júri em relação a Hellena Malditta e Organzza, vencedora do desafio principal pela segunda semana consecutiva. Malditta, que no werkroom revelou viver com o HIV no momento mais emocionante do episódio, apresentou uma releitura à baiana e, por que não, decolonial, de um vestido inspirado em Adriana Lima; enquanto Organzza fez mais uma vez jus ao seu nome drag, recriando uma versão do tecido ainda melhor que o look original utilizado por Gisele Bündchen.

O time de jurados, aliás, parece ter se encontrado nesta semana também. Um bom júri precisa regular o equilíbrio entre tecer críticas merecidas e a exaltação, e parece que foi isso que Bruna Braga e Dudu Bertholini fizeram desta vez, com a presença especial de Hugo Gloss. Pelas justificativas, o bottom, formado por Dallas de Vil e Tristan Soledade, foi mais que merecido, tanto pela execução da performance no desafio em grupo, mas especialmente pelas roupas e postura na passarela.

As duas se enfrentaram no lipsync da música “Cachorrinhas”, de Luísa Sonza, e o resultado, embora não controverso, foi um tanto frustrante. Tristan parecia não saber mais de dois versos da canção, e é sempre amargo quando uma queen não se esforça o suficiente para batalhar por uma nova chance no programa; enquanto De Vil performou com uma energia um tanto acima do que a música pedia, mas cativou por tentar recriar os passos da coreografia e acabou ganhando o shantay da semana.

No próximo episódio, as 10 queens remanescentes terão de se enfrentar no primeiro grande desafio de costura da temporada. Resta saber quem irá demonstrar invejáveis dotes de criação e quem irá acabar apelando para a cola-quente. Estamos ansiosos desde já! Axé!

RuPaul’s Drag Race Brasil está disponível para streaming no catálogo do Paramount+. No restante da América Latina, a exibição está por conta da WoW Presents Plus. Na televisão, a transmissão está por conta da MTV Brasil, todas as quartas-feiras, às 21h.

 

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