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Erica Malunguinho estrela filme sobre futuro distópico e afrocentrado

Erica Malunguinho estrela longa coreográfico de Mario Lopes (Foto: Divulgação)

Erica Malunguinho (PSOL-SP), primeira deputada trans eleita do Brasil, faz sua estreia nas telonas com o filme Movimento III_Celebration: Espumas pós-tsunami, do coreógrafo e diretor Mario Lopes. O projeto colaborativo que caminha pelas artes visuais, dança, cinema, música e arquitetura, ainda traz participações de Leo Castilho, Mahal Pita, Dandara Modesto, Malu Avelar, Maré de Matos, Kelet (Finlândia) e outres grandes nomes para propor um espaço de curas, transformação e, sobretudo, celebração de corpos pretes.

“Sou muito grato por todas essas existências poderosas que tornaram o sonho do filme em uma realidade para sonhar. Mais de 50 pessoas, espalhadas por 4 cantos do mundo, trabalhando com paixão e entrega em plena pandemia. Companheires que, mesmo na exaustão instaurada pelo vírus sindemico, invocaram a esperança… deixando de correr atrás da tal luz no fim do túnel e juntes resolvemos explodir o túnel para que a luz entrasse agora atravessando nossas corpas, corpos e existências aqui, ali e lá”, conta Lopes.

Movimento III_Celebration: Espumas pós-tsunami, do coreógrafo e diretor Mario Lopes (Foto: Divulgação)
Movimento III_Celebration: Espumas pós-tsunami, do coreógrafo e diretor Mario Lopes (Foto: Divulgação)

Na história, situada num futuro não muito distante, uma pequena comunidade sobrevive após uma catástrofe ambiental. Lá, os habitantes tentam, por meio do cruzamento de tecnologias originárias e remanescentes da tragédia, promover o bem-estar de seus membros que foram acometidos por uma doença identificada como PACACO-bi, sequela das violências patriarcais, capitalistas, coloniais, binários e mais.

De acordo com o diretor, o resultado do projeto é ‘afrotranstopico‘: “Ensinaram-me que sonhar é utópico. Afrotranstopia antes de mais nada é realização. É uma questão política realizar sonhos ditos distantes para as existências negras. A real utopia é pensar um mundo onde existências podem executar seu próprio ser. Somos filhos de uma tecnologia afro indígena de povos originários dos dois lados do atlântico. Especulamos nosso futuro de corpas negres. Afrotranstopia é a intersecção entre tecnologias, existências e afrotranscendência. A utopia do ocidente de que está tudo certo e de que existe cura, enfrentamos com tratamentos paliativos. Afinal, celebrar não é a cura, é o caminho mesmo”.

Movimento III está sendo exibido em espaço instalativo e comissionado pela Trienal de São Paulo 2021, por convite da curadora Diane Lima, Thiago de Paula e Beatriz Lemos, com o financiamento e apoio de Secretaria de Cultura da Cidade de Munique – Kulturreferat der Landeshauptstadt München, Promotion Centre for Audiovisual Culture – AVEK, SESC São Paulo, Kenno Filmi, PlattformPLUS France Lyon, Goethe-Institut e Fundação AUE.

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