Híbrida
CINEMA & TV

Melhores momentos LGBTI+ do Oscar 2022

Wanda Sykes, Kristen Stewart e Ariana DeBose estão entre os destaques LGBTI+ dos Oscars 2022

Entre tapas e beijos, lágrimas e sorrisos, a 94ª cerimônia do Oscar fez o público de casa assistir (ou tentar) ao que pareceram 3 h 38 min de uma noita quase majoritariamente previsível. Apesar de a maior surpresa ter sido Will Smith meter um tapa na cara de Chris Rock minutos antes de aceitar a estatueta de Melhor Ator por King Richard e dizer em seu discurso que queria ser um “condutor do amor e da bondade”, ainda houve prêmios e aparições dignos de serem mencionados.

Do tapete vermelho ao prêmio final da noite, a Híbrida seleciona abaixo os principais momentos LGBTI+ do Oscar 2022:

Kristen Stewart vai de shorts Chanel e noiva a tiracolo

Indicada a Melhor Atriz por sua interpretação de Lady Di no biópico Spencer, Kristen Stewart pode não ter levado a estatueta para casa, mas levou o coração de muita gente quando apareceu de blazer, sapatos e shorts Chanel no tapete vermelho, uma escolha tão inusitada quanto acertada. Para coroar ainda mais o momento, ela chegou de mãos dadas com a noiva, a roteirista Dylan Meyer.

Kristen Stewart chegou ao Oscar usando shorts com look Chanel e acompanhada da noiva, a roteirista Dylan Meyer

Ariana DeBose vence como Melhor Atriz Coadjuvante

Apesar de Steven Spielberg não ter agradado muitos com seu remake de Amor, Sublime Amor (West Side Story), a interpretação de Ariana DeBose como Anita recebeu elogios unânimes e rendeu à atriz o seu primeiro Oscar. Esta foi, inclusive, a segunda estatueta entregue à personagem, exatos 60 anos depois de Rita Moreno ter levado uma para casa com sua versão de Anita.

Em seu discurso, Ariana fez questão de frisar sua identidade latina e queer: “Imagine uma pequena garota sentada no banco de trás de um Ford Focus branco. Olhe nos olhos dela, você vê uma mulher de cor abertamente queer e latina, que encontrou sua vida e sua força na arte. É isso que acredito estarmos aqui para comemorar. Então, para qualquer um que já questionou sua identidade, em qualquer momento – ou você está vivendo naquelas ‘áreas cinzas’ – eu te prometo isso: há de fato um lugar para nós”.

Ariana DeBose vence o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação de Anita, em ‘Amor, Sublime Amor’

Jessica Chastain critica o “Don’t Say Gay”

Uma das principais ativistas de Hollywood, Jessica Chastain, vencedora da estatueta de Melhor Atriz por viver a protagonista em Os Olhos de Tammy Faye (mais sobre o filme aqui), foi questionada sobre a posição da Disney, que detém os direitos de produção do seu filme, em relação ao projeto de lei “Don’t Say Gay” (entenda aqui).

Como era de se esperar, Jessica não deixou de criticar o posicionamento da empresa e de encorajar mais profissionais a denunciarem esse tipo de posicionamento: “Acho que é importante as pessoas tomarem uma posição contra leis discriminatórias e preconceituosas. Não importa quem você seja, não importa qual empresa é a sua, acho que qualquer coisa discriminatória, faça um grupo se sentir separado do todo, é algo que falta amor e precisa ter uma contraresposta rápida e afirmativa”.

Os Olhos de Tammy Faye leva duas estatuetas

Falando em Os Olhos de Tammy Faye, o longa teve 100% de aproveitamento e venceu as duas categorias às quais estava indicado: Melhor Maquiagem e Penteados e Melhor Atriz, o primeiro de Jessica Chastain. Como a atriz fez questão de frisar no palco do Teatro Dolby, o longa-metragem apresenta na figura de sua protagonista uma mulher evangélica que foi fundamental na aceitação da comunidade LGBTI+ entre os religiosos dos EUA, ao mesmo tempo em que traz uma mensagem de aceitação e “amor radical” que se faz mais necessária a cada dia.

Wanda Sykes de apresentadora

Uma das principais e mais respeitadas comediantes dos Estados Unidos, Wanda Sykes se declarou lésbica em 2008 e na noite deste domingo se tornou a primeira mulher negra e LGBTI+ a apresentar a cerimônia, mesmo que tenha dividido o palco com Regina Hall e Amy Schumer. Ao lado das duas, Wanda protagonizou um dos momentos mais divertidos da noite e agradou a crítica especializada, que a louvou especialmente pela esquete em que chega ao palco vestida como Richard Williams, personagem que rendeu o Oscar de Melhor Ator para Will Smith.

Wanda Sykes apresenta o Oscar 2022 caracterizada como Richard Williams, personagem de Will Smith em ‘King Richard’

Meghan Thee Stallion em “We Don’t Talk About Bruno”

Apesar de não fazer alarde, Meghan Thee Stallion já deixou claro em mais de uma ocasião que também se relaciona com outras mulheres. Logo, sua participação na megaperformance de “We Don’t Talk About Bruno”, da Melhor Animação Encanto, se torna ainda mais especial, algo que já a consagrou por ser a primeira rapper a se apresentar no palco do Oscar. Lembrando que ela está de malas prontas para desembarcar no Brasil em setembro deste ano, quando integra o lineup do Rock In Rio.

Lady Gaga e Liza Minelli 

São muitas as similaridades entre as carreiras e figuras públicas de Lady Gaga e Liza Minelli, desde o amor que elas têm pelos musicais ao fato de serem triple threat (cantoras, dançarinas e atrizes). Mas um dos traços mais fortes a unir essas duas artistas é a forma como elas defendem e são defendidas pela comunidade LGBTI+ desde o início, cada uma se tornando um ícone e símbolo de aceitação à sua própria maneira. O momento em que elas dividiram o palco para o anúncio do prêmio mais importante da noite foi repleto de mútuo respeito, ternura, cuidado e emoção.

 

Beyoncé canta “Be Alive”

Outro momento da noite que não chega a ser exatamente LGBTI+, mas também envolve um ícone inegável para a comunidade, a performance de Beyoncé cantando “Be Alive”, sua música indicada ao Oscar de Melhor Canção por King Richard, quebrou o hiato de cinco anos da artista em premiações. Magnânima, coreografada e impecável como era de se esperar, a apresentação trouxe o melhor da Queen B e ainda uma participação mais que especial da primogênita Blue Ivy.

Notícias relacionadas

“Agatha Desde Sempre” é o produto mais queer do MCU até agora

João Ker
1 mês atrás

“Retratos Fantasmas” é selecionado para representar o Brasil no Oscar

Revista Híbrida
1 ano atrás

Victor Liam e o protagonismo transmasculino na série “Da Ponte Pra Lá”

Livia Muniz
8 meses atrás
Sair da versão mobile