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Os melhores filmes LGBTQ do 20º Festival do Rio

Começa hoje o 20º Festival do Rio , levando para a capital carioca mais de 200 produções  de 60 países até o próximo dia 11. De diretores renomados, como Steve McQueen (cujo “As Viúvas” , estrelando Viola Davis, foi o escolhido para abrir o evento), Gus Van Sant, Lars Von Trier, Spike Lee, dentre outros trabalhos que já passaram por festivais ao redor do globo, o circuito contará com 84 projetos nacionais – um ato de resistência para a arte brasileira num momento tão sombrio e obscuro do país.

Dentre a recheada lista de atrações, escolhemos aqui alguns dos principais títulos sobre o universo LGBTQ que, além de exibidos, concorrerão ao Prêmio Félix, que chega à sua 5ª edição na programação do Festival do Rio. Abaixo, confira a lista e clique sobre o título do filme para assistir aos trailers e descobrir os horários de exibição:

“TINTA BRUTA”

Dirigido e escrito por Filipe Matzembacher (“Beira-Mar”) e Marcio Reolon (que também estrela o longa), “Tinta Bruta” teve sua estreia na sessão ‘Panorama’ do Festival de Berlim deste ano, onde venceu o prêmio Teddy – dedicado a filmes de temática LGBTQ – e chega agora ao Festival do Rio contando a história de Pedro. Sob o codinome GarotoNeon e banhado em tinta, o jovem performático começa a dançar para diversos desconhecidos pela webcam, ao mesmo tempo em que batalha com seu psicológico na vida offline.

"Tinta Bruta"
“Tinta Bruta”

“OBSCURO BARROCO”

Também exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim, este documentário experimental, ao flertar com a ficção, inspira-se em Luana Muniz, uma das figuras mais emblemáticas do movimento transgênero no Brasil e da boemia da Lapa. Luana, que faleceu em maio do ano passado, ficou famoso tanto pelo bordão “travesti não é bagunça” como por ter posado em uma foto ao lado do Padre Fábio de Melo, além de seu ativismo pelo centro do Rio. O longa, narrado por ela, busca desmistificar o universo vivido por ela na capital fluminense, assim como seus personagens, suas festas e seus mistérios.

“Obscuro Barroco”

“NOMES QUE IMPORTAM”

Em tempos de medidas mundialmente ostensivas à comunidade LGBTQ, como o apagamento de pessoas trans promovido pelo governo de Donald Trump, o documentário joga luz sobre a existência da população transgênero e a importância de retificação do seu nome social. No documentário de Muriel Alves e Angela Donini, travestis e transsexuais revelam o processo subjetivo enfrentado por elxs nas escolhas de suas novas alcunhas.

Indianare Siqueira em cena de “Nomes que importam”

“STUDIO 54”

No coração de Nova York, a lendária Studio 54 foi palco de festas, orgias e encontros que definiram a década de 1970 e seus personagens, como Andy Warhol, Bianca Jagger, Grace Jones, David Bowie etc., servindo até hoje como referência para a ascenção da era disco. Pegando carona no fascínio atemporal do lugar, o diretor Matt Tyrnauer aborda a trajetória da boate em seu documentário, de sua inauguração até o fechamento, guiado pela entrevista de um dos seus fundadores, Ian Schrager. Além de ser encarado como o primeiro doc “oficial” do Studio 54, o filme também traz imagens inéditas e desconhecidas do grande público.

“Studio 54”

“ROGÉRIA, SENHOR ASTOLFO BARROSO PINTO”

Aos 74 anos, Rogéria nos deixou em 2017, após um legado de luta e proeminência na história do showbizz e da militância LGBTQ brasileira. Este ano, provando que sua herança e memória para a cultura são eternas, Pedro Gui relembra a trajetória desta icônica artista no documentário “Rogéria, Senhor Astolfo Barroso Pinto”. O longa reúne depoimentos de pessoas como Betty Faria, Jô Soares e outras figuras que trabalharam com “a travesti da família brasileira” ao longo dos anos.

“Rogéria, senhor Astolfo Barroso Pinto”

“SEMPRE VEREI CORES NO SEU CINZA”

Resistir tem sido a palavra de ordem para minorias em 2018, a cada amanhã mais do que o dia anterior. Matheusa Passareli, uma das vítimas deste momento tão conturbado, é uma das protagonistas do documentário de Anabela Roque. No curta, ela aborda a crise que vem perseguindo a UERJ desde 2015 e os personagens que têm lutado para que reivindicar diariamente seus direitos de existir.

Matheusa Passarelli em “Sempre verei cores no seu cinza”

“JOSÉ”

Vencedor do Leão Queer no Festival de Veneza e exibido na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, “José” conta a história do personagem-título (vivido por Enrique Salanic), um jovem de 19 anos que, inserido no cenário opressor e conservador da sociedade e de sua família na Guatemala, vai se redescobrindo ao viver uma paixão com um imigrante da área rural da costa do Caribe.

“José”

“WESTWOOD: PUNK, ICON, ACTIVIST”

Vivienne Westwood, dentro e fora da moda, sempre foi sinônimo de transgressão. Sua paixão pelo punk, a maneira ímpar de decorar as silhuetas e seu ativismo foram e ainda são impactantes e serviram como material para a criação deste documentário, em que a estilista conta sobre sua vida com a participação de depoimentos de amigos, colaboradores e familiares. Dirigido pela britânica Lorna Tucker, “Westwood: Punk, Icon, Activist” concorreu ao Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance.

“Westwood: punk, icon, activist”

“FACA NO CORAÇÃO”

Atração do Festival de Cannes deste ano e concorrente à Palma de Ouro, o francês “Faca no Coração” (“Un couteau dans le coeur”), segundo longa de Yann Gonzalez, chamou a atenção na última edição do circuito francês (e por onde mais passou até agora) por conta de seu estilo – um mistério/suspense com diversas referências, que vão do cinema bagaceiro do horror ao pornô gay dos anos 70 -, a trilha composta pelo grupo eletrônico M83 e a retorno de Vanessa Paradis numa produção empolgante e inventiva.

Vanessa Paradis em “Faca no coração”

“INVASÃO DRAG”

O curta de Rafael Ribeiro mergulha de cabeça no renascimento da cena drag brasileira, coletando depoimentos de figuras dessa nova geração e suas lutas por visibilidade, espaço e resistência.

“Invasão Drag”

“ILHA”

Premiado no Festival de Brasília deste ano, o longa de Ary Rosa e Glenda Nicácio (“Café com canela”é um dos mais aguardados desta edição do Festival do Rio. A história gira em torno de Emerson, jovem que pretende contar sua história de vida isolado em uma ilha, e o desenvolvimento de sua relação com Henrique, cineasta que chega ao local e ajuda o rapaz a se conectar com a própria verdade.

“Ilha”

“INFERNINHO”

Guto Parente e Pedro Diógenes, a dupa responsável por “Estrada para Ythaca”, reúne-se novamente para contar a história do bar Inferninho e a paixão de sua dona, Deusimar, por um marinheiro, Jarbas. O longa mostra como a dinâmica dos funcionários e os sonhos vividos no refúgio do local são alterados pelo relacionamento do casal.

“Inferninho” 

“SÓCRATES”

Produzido por jovens de 16 a 20 anos de um projeto social do Instituto Querô, “Sócrates”, dirigido por Alex Moratto, tem rodado o circuito internacional de filmes independentes e chamado a atenção da crítica. Christian Malheiros iinterpreta o personagem que dá nome ao longa, um homossexual negro e da quebrada que precisa aprenser a se virar após o falecimento da mãe.

“Sócrates”

“CARMEN & LOLA”

Essa produção espanhola dirigida por Arantxa Echevarria narra o conservadorismo das comunidades ciganas ao retratar o casal lésbico que dá nome ao filme. O longa, que já fez barulho pelo Festival de Cannes, tem seu elenco inteiro formado por apenas um ator profissional e 150 ciganos espanhois, sem qualquer experiência prévia em um ser de filmagens.

“Carmen & Lola”

“RAFIKI”

Primeira produção queniana a integrar o lineup do Festival de Cannes, o longa de Wanuri Kahiu foi censurado no país por mostrar o relacionamento de duas garotas que se apaixonam em meio ao clima de conservadorismo do Quênia.

“Rafiki”

“O ANJO”

Co-produção entre Espanha e Argentina, “El Ángel”, de Luis Ortega, foi indicado duplamente no Festival de Cannes e conta uma história real de Bonnie & Clyde homossexual às avessas ao narrar a trajetória do serial killer Carlos Robledo Puch, prisioneiro mais antigo da Argentina, eseu amante Ramón.

“O Anjo” (“El Ánngel”)

“CONQUISTAR, AMAR E VIVER INTENSAMENTE”

Na esteira do ótimo “120 batimentos por segundo”, essa produção também francesa mostra mais um romance na década de 1990 com a epidemia do HIV como pano de fundo. Indicado à Palma de Ouro, em Cannes, “Plaire, Aimer et Courir Vite”, de Christophe Honoré, conta a história de amor vivida por um escritor estabilizado e um jovem provinciano que pretende se liberar do seu entorno social.

“Conquistar, amar e viver intensamete” (“Plaire, Aimer et Courir Vite”)

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