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Gay Games reúne 6 mil atletas no maior evento de esporte LGBTQIA+ do mundo

11ª edição dos Gay Games acontece simultaneamente no México e na China, pela primeira vez na história do evento (Foto: Wikicommons | Koji Kawano)

11ª edição dos Gay Games acontece simultaneamente no México e na China, pela primeira vez na história do evento (Foto: Wikicommons | Koji Kawano)

A 11ª edição dos Gay Games começou na última sexta-feira (3) e, pela primeira vez, o evento é realizado em duas sedes distintas em dois continentes: Guadalajara, no México, e Hong Kong, na China.

Em 2023, as “Olimpíadas Gays” vão contar com mais de 6 mil atletas de 40 países diferentes, disputando 22 modalidades. É o maior evento LGBTQIA+ esportivo e cultural do mundo. A organização também permite a participação de atletas que não se encaixem nas siglas da comunidade, na premissa de que o esporte é realmente para todos.

A princípio, a 11ª edição dos jogos seria realizada apenas em Hong Kong, ainda em 2022, mas devido à pandemia do coronavírus, a realização do evento foi atrasada e Guadalajara anexada como cidade sede.

“A pandemia trouxe algumas circunstâncias extraordinárias que afetaram nosso ciclo dos jogos. No entanto, acreditamos que a melhor decisão é honrar os esforços que Hong Kong teve nos últimos anos e manter o evento aqui enquanto há outro evento sediado em Guadalajara”, disse Duncan Campbell, diretor de comunicações dos Gay Games.

“Apesar de essa decisão ter impactado no número de inscritos, acreditamos que é uma grande oportunidade de receber o evento em dois continentes diferentes simultaneamente, permitindo que ainda mais pessoas ao redor do mundo celebrem o esporte LGBTQIA+ conosco”, acrescentou.

Se no México houve apoio do governo para a realização dos jogos, em Hong Kong, o cenário foi de retaliação. Hong Kong é um território administrativo autônomo da China e que não permite ou concede casamentos ou uniões homoafetivas, ainda que as relações entre pessoas do mesmo gênero sejam descriminalizadas desde 1991. Ainda assim, os asiáticos vão receber cerca de 2,3 mil atletas até o próximo dia 11.

“Acreditamos que, apesar dos problemas políticos em diferentes países, a comunidade LGBTQIA+ ainda merece acesso ao esporte. Nossa missão é garantir esse acesso, especialmente em lugares menos acessíveis. E, por vezes, isso significa trabalhar em locais que têm conflitos sociais e políticos. Isso não vai nos parar e os Gay Games irão continuar”, finalizou Campbell.

Criado nos EUA por Tom Waddel, os Gay Games são realizados desde 1982, a fim de promover a inclusão e igualdade entre pessoas de diferentes gêneros e orientações sexuais. Desde então, nove cidades em seis países já receberam os jogos, que costumam ser realizados a cada quatro anos.

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