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Nelson Piquet é condenado a pagar R$ 5 milhões por homofobia e racismo

Nelson Piquet é condenado a pagar R$ 5 milhões por racismo e homofobia (Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil)

Nelson Piquet é condenado a pagar R$ 5 milhões por racismo e homofobia (Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil)

O ex-piloto Nelson Piquet foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 milhões pelas ofensas racistas e homofóbicas que dirigiu contra o piloto britânico Lewis Hamilton durante uma entrevista de 2021. A condenação foi dada pelo juiz Pedro Matos de Arruda, da 20ª Vara Cível de Brasília, na última sexta-feira (24) e ainda cabe recurso.

Em uma entrevista de novembro de 2021, Piquet comentava um acidente sofrido por Hamilton no Grande Prêmio da Inglaterra daquele ano, quando se referiu ao piloto como “neguinho” e disse que ele “devia estar dando mais o c* naquela época”, por isso “tava meio ruim”.

A entrevista voltou a circular na internet em julho do ano passado e o trecho com as ofensas viralizou. À época, Hamilton criticou a fala de Piquet em suas redes e publicou um comunicado em português: “É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação”.

Piquet chegou a se defender pela fala, classificando-a como “mal pensada” e pedindo desculpas a “todos que foram afetados”. Ele também alegou que “neguinho” seroa um termo “ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa”.

Na sentença, o juiz entendeu que a fala de Piquet caracteriza “ofensa grave aos valores fundamentais da sociedade” e é “intolerável”, gerando “danos morais coletivos”.

O total de R$ 5 milhões da indenização foi calculado com base em uma doação de R$ 500 mil que Piquet fez no ano passado para a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro e deve ser pago para “fundos destinados à promoção da igualdade racial e contra a discriminação da comunidade LGBTQIA+”.

A decisão atendeu uma ação protocolada pela Aliança Nacional LGBTI, pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de SP e pela Francisco de Assis, Educação, Cidadania, Inclusão e Direitos Humanos (FAecidh).

Para Toni Reis, diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, “ações como essa mostram que nossa sociedade mudou e não tolera mais o comportamento discriminatório, precisamos sempre dialogar, mas também precisamos responsabilizar aqueles que agem com discriminação”.

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