Há 57 anos, em 31 de março de 1964, o Brasil entrava numa das épocas mais sombrias de sua história, marcada pela morte, violência, censura e desigualdade, especialmente contra as ditas “minorias sociais”.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, pessoas LGBTI+ sofriam perseguição e eram torturados de forma mais cruel na Ditadura Militar, sendo presas não apenas pelo posicionamento político, mas principalmente pela orientação sexual.
Um dos momentos mais emblemáticos deste período ocorreu no dia 15 de novembro de 1980, quando a PM foi às ruas de São Paulo com uma missão clara: prender o maior número possível de lésbicas, naquilo que ficou conhecido como a Operação Sapatão.
Comandada pelo delegado José Wilson Richetti, um dos mais cruéis durante o regime, a Operação circulou por bares da Rua Martinho Prado, em São Paulo, e deteve todas as mulheres que os frequentavam sob o pretexto: “Você é sapatão”.
Cerca de 200 mulheres, lésbicas ou não, foram levadas para uma cela e tiveram que pagar para serem liberadas, mesmo que não tivessem praticado nenhum “crime”. De acordo com uma das presas, a ameaça de uma segunda perseguição era clara: “Ninguém foi fichado, mas a polícia ficou com os nomes e os números de todas”.
Hoje, lutamos pela justiça e memória de todas as pessoas que foram injustamente torturadas por um governo autoritário e assassino ao lutarem pela democracia e representação de seus direitos.