Após séculos de arte homoerótica, imperadores abertamente gays e, mais recentemente, um investimento no turismo LGBTQIA+, a Grécia finalmente legalizou na última quinta-feira (15) o casamento homoafetivo. Com isso, o país europeu se tornou o primeiro de população majoritariamente cristã ortodoxa a garantir esse direito.
A decisão foi tomada pelo Parlamento grego no que muitos consideram uma vitória histórica para a Grécia e para a região, onde os direitos humanos de pessoas LGBTQIA+ ainda são amplamente negados. Dos 300 parlamentares, 176 votaram a favor do casamento homoafetivo, enquanto outros 76 votaram contra.
“O voto foi aprovado: a partir desta noite, a Grécia tem orgulho de se tornar o 16º país da União Europeia a legalizar o casamento igualitário”, disse o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, em suas redes sociais. “Este é um marco fundamental para os direitos humanos, que reflete a Grécia de hoje – um país progressista e democrático, apaixonadamente comprometido com os valores europeus.”
The vote has passed: as of tonight, Greece is proud to become the 16th EU country to legislate marriage equality. This is a milestone for human rights, reflecting today’s Greece – a progressive, and democratic country, passionately committed to European values.
— Prime Minister GR (@PrimeministerGR) February 15, 2024
“A reforma transforma a vida de muitos dos nossos cidadãos para o melhor, sem tirar nada das vidas dos outros”, continuou Mitsotakis. “O casamento nada mais é do que a culminação do amor de duas pessoas que escolhem estar juntas ao assumirem um compromisso entre elas, o estado e a sociedade como um todo.”
Há quase uma década, a Grécia já reconhecia a legitimidade dos casais homoafetivos na esfera civil. Mas, apesar de poderem adotar, apenas o pai ou mãe biológico era considerado um guardião legal da criança. Com a nova lei, ambos os membros do casal são reconhecidos como responsáveis.
“Nós começamos como uma comunidade invisível, marginalizada. Nós continuamos votando. Pagamos nossos impostos. Fizemos campanha. A legislação garante uma base legal para expandirmos no futuro. Ela é particularmente significante para os casais mais jovens”, disse Andrea Gilbert, um dos membros fundadores da organização Athens Pride, à CNN.
Mesmo com o avanço, a Grécia ainda pertence ao enorme grupo de nações da Europa que proíbem a inseminação artificial em seu território, apesar de reconhecer a legitimidade de crianças geradas em outros países.
Nas redes sociais, ativistas que aguardavam o resultado da votação na porta do Parlamento grego comemoraram a vitória, enquanto algumas pessoas apontaram a ironia de um país que é notoriamente conhecido há milênios por suas figuras e práticas homossexuais ter apenas agora legalizado o casamento homoafetivo.
BREAKING FROM ATHENS: We have same sex marriage in Greece! 🇬🇷🏳️🌈👨❤️👨👩❤️👩 pic.twitter.com/u5Mg8RTzky
— 🍉 Steven W. Thrasher, PhD, CPT (@thrasherxy) February 15, 2024
I’m still not over Greece just now legalizing same sex marriage when gays been getting bred in the open in Mykonos every 6 business days pic.twitter.com/Gm2rOZofXl
— 💫 (@heyjaeee) February 16, 2024
Greece legalizing same sex marriage 🌈💦 pic.twitter.com/nt3ccNgswo
— monika bielskyte (@monikabielskyte) February 18, 2024