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Movimento de “ex-gays” reúne ativistas em marcha pela “salvação”

Marcha de "ex-gays" em Washington reuniu cerca de 200 pessoas, entre curiosos e apoiadores do movimento (Foto; Reprodução)

Marcha de "ex-gays" em Washington reuniu cerca de 200 pessoas, entre curiosos e apoiadores do movimento (Foto; Reprodução)

A capital dos Estados Unidos foi palco de uma marcha pela “salvação” promovida por ativistas que se declaram “ex-gays” e lutam contra o avanço de direitos para a comunidade LGBTI+ no País. O evento foi batizado Marcha Pela Liberdade e reuniu cerca de 200 pessoas em uma praça de Washington no último sábado (5).

Entre as principais pautas defendidas pela marcha estão a oposição ao Ato da Igualdade (Equality Act), que pretende criminalizar a discriminação de gênero ou sexualidade nos EUA, e a defesa da “terapia de conversão”, prática utilizada por grupos religiosos para “transformar” pessoas LGBTI+ em heterossexuais através de orações, tortura psicológica e terapia de choque.

De acordo com o Washington Blade, o evento foi marcado por música gospel e faixas de defesa dos valores cristãos. “Não é sobre mudar de gay para hétero. É sobre ir da perdição à salvação”, disse um dos presentes ao jornal.

O grupo realizou orações agradecendo Jesus Cristo por serem salvos do que chamaram de “tentações” sobre a vontade de se relacionarem com pessoas do mesmo gênero. Muitos deles usavam camisetas com a bandeira LGBTI+ e a frase “Renascimento do Arco-Íris”.

“CHANGED has come to DC to appeal to Congress to focus on human dignity, not identity politics,” Elizabeth Woning, uma das fundadoras do grupo MUDADOS, afirmou em uma nota oficial que os membros do coletivo são “cristãos com LGBTQ no nosso passado”. “Muitos, como nós, mudaram. Deixamos [o movimento] LGBTQ porque queríamos.”

Apesar de risível e patético, o grupo tem feito lobby para que o Congresso dos EUA aprove oficialmente a suposta “terapia de conversão” e também recebe o apoio de deputados conservadores do partido Republicano.  Nos últimos anos, entretanto, alguns dos principais líderes do movimento “ex-gay” saíram do armário ou foram flagrados usando codinomes em aplicativos de relacionamentos voltados para o público LGBTI+.

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