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MÚSICA

Doce Maravilha: Caetano Veloso supera chuva no Rio e celebra 50 anos de “Transa”

Após tempestade e atraso de 4h, Caetano Veloso celebr 50 anos do disco "Transa" no palco do Doce Maravilha (Foto: Alex Woloch | Divulgação Doce Maravilha)

Após tempestade e atraso de 4h, Caetano Veloso celebr 50 anos do disco "Transa" no palco do Doce Maravilha (Foto: Alex Woloch | Divulgação Doce Maravilha)

A tempestade de vento que provocou atrasos no primeiro dia do Doce Maravilha se transformou em uma chuva incessante ao longo de todo o domingo (13) e quase inviabilizou o show histórico de Caetano Veloso apresentando o repertório do disco Transa pela primeira vez em 50 anos. Após quatro horas de atraso, troca de palcos, reclamações do artista e infinitas outras de quem esteve na plateia, a apresentação finalmente aconteceu na madrugada desta segunda-feira (14) – mas ainda assim ofuscada pela produção do festival.

O show de Caetano Veloso estava marcado para começar às 20h30, mas já era quase 21h quando a organização do evento informou que a apresentação seria trocada pelo show de Marcelo D2, escalado para fechar o festival. O anúncio desanimou muita gente que não queria esperar tanto tempo debaixo de chuva, que caía desde o início do evento na Marina da Glória. Nas redes sociais, relatos de pessoas que desistiram de esperar e foram embora antes da celebração de Transa começaram a se multiplicar ao longo da noite de domingo.

“Estamos no local do evento desde cedo acompanhando a situação e tentando resolver tudo da melhor forma possível, prezando pela saúde e segurança de Caetano Veloso, dos músicos e equipe técnica envolvida no show”, publicou a equipe do artista às 22h.

À essa altura, a apresentação de D2 já tinha sido encerrada antes do previsto, afirmando que a chuva estava danificando o equipamento da banda e que tinha tomado choque do microfone algumas vezes ao longo do set. Faltavam 18 minutos para a meia-noite quando a equipe de Caetano fez uma nova publicação, finalmente confirmando que seu show estava mentindo.

Ver Caetano cantando Transa era sem dúvidas o momento mais aguardado dessa primeira edição do Doce Maravilha. Afinal, são mais de 50 anos de um dos álbuns mais importantes da música brasileira. Gravado em 1972, no Chappell’s Recording Studio, em Londres, Transa foi dirigido musicalmente por Jards Macalé, que esteve no palco junto com o baterista Tutty Moreno e o percussionista Áureo de Souza, também presentes na gravação original do álbum.

Vestindo vermelho e preto, em referências à capa de Transa, ele manteve o tom original de canções como “You Don’t Know Me”, que abre o disco e o show, “Mora na filosofia” e “Nine Out of Ten”. O cantor lembrou Gal Gosta, morta em novembro do ano passado, e disse que teria convidado a amiga para se apresentar com ele se ainda estivesse viva. Notoriamente, ela faz parte da gravação original do trabalho, através do sample de “Saudosimo” usado em “You Don’t Know Me”.

https://www.youtube.com/watch?v=Kb7WxlZaaXU

Quando Caê encerrou o festival, às 2h20 da manhã, a sensação do público era de ter vivido sim um momento histórico, mas também de insatisfação por deixarem a Marina da Glória no meio da madrugada, após enfrentarem muita chuva e inúmeros problemas de uma produção que não parece ter cogitado a possibilidade de chuva nem como se preparar para ela na Baía de Guanabara.

Após a enxurrada de críticas, o Doce Maravilha emitiu na tarde desta segunda-feira um posicionamento oficial, no qual afirma ter montado “um line up histórico e uma das maiores estruturas já vistas na Marina da Glória para receber a todos com conforto e segurança”.


“Prezando pela saúde de Caetano Veloso, que há uma semana completou 81 anos, optamos por alterar a ordem dos shows e levar a apresentação para o palco que pelo seu posicionamento, estava protegido da chuva e do vento. Essa mudança tão logo decidida foi comunicada ao público, acarretou o atraso, mas garantiu que o show fosse realizado”, diz o comunicado, que não menciona os problemas na infraestrutura do público e fala apenas em “condições adversas” (leia a íntegra abaixo).

Na “Festa da Música Brasileira” e em pleno Rio de Janeiro, aparentemente nada era mais apropriado que a mistura de euforia e perrengue, que pelo menos foi democrático e não poupou nem VIPs como Regina Casé, a qual concordou com a comparação da experiência a uma prova de resistência do No Limite.

 

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