Há mais de seis anos sem lançar material inédito, a cantora britânica Sade Abu anunciou nesta quarta-feira (4) o retorno de sua banda homônima com a faixa “Young Lion”. O lançamento é por uma boa causa: a faixa faz parte da coletânea beneficente Transa, uma iniciativa que pretende destacar artistas LGBTQIA+ e arrecadar fundos para pessoas transexuais e não-bináries.
Além de integrar o projeto, a nova música de Sade também servirá como homenagem ao seu filho Izaak Theo Adu, de 28 anos, que se identifica como homem transgênero.
Sam Smith, André 3000, Perfume Genius, Yaeji, Clairo, Hunter Schafer e Julien Baker são alguns dos outros nomes que também estarão na coletânea, que foi organizada pela Red Hot Organization e é dividida em capítulos. Ao todo, o disco reúne mais de 100 artistas da comunidade LGBTQIA+ distribuídos em 46 faixas que, somadas, chegam a mais de três horas e meia de músicas.
“Começamos a falar sobre todos os presentes que artistas trans têm dado ao mundo e quisemos criar um projeto Red Hot que centralizasse e celebrasse esses presentes. Esperávamos criar uma narrativa que posicionasse as pessoas trans e não-binárias como líderes em nossa sociedade, considerando o trabalho interior profundo que realizam para afirmar quem elas são no clima atual. Sentimos que isso é algo que todos deveriam fazer”, comentou Dust Reid, uma das organizadoras de Transa, à Variety.
O projeto começou em 2021, quando Reid e Massima Bell idealizaram o álbum como um reflexo das oito cores presentes no arco-íris da bandeira do Orgulho LGBTQI+. A morte prematura de Sophie no mesmo ano também serviu de inspiração: “Sophie foi uma musicista que rompeu barreiras, definiu uma geração e foi uma das artistas trans mais importantes que já tivemos”, disse Reid à Billboard.
Em 1990, a Red Hot Organization lançou Red Hot + Blue, a primeira coletânea beneficente em prol das vítimas da AIDS nos Estados Unidos.
“Quando estávamos montando o disco Red Hot and Blue, uma geração inteira de pessoas estava deprimida pela homofobia e pela epidemia da AIDS, e estavam precisando de um pouco de luz para renovarem suas energias”, disse John Carlin, o fundadador da Red Hot, em um comunicado. “Espero que Transa seja isso – que existe um grupo enorme de pessoas que estão ultrajadas pela transfobia e pela forma como políticos da extrema-direita têm usado isso para enraivecer suas bases de eleitores. E então elas vão se levantar e focar. Vão dizer ‘Eu vou empurrar daqui. Existem mais de nós do que deles’.”
Quem é Sade?
Com mais de 50 mil discos vendidos e quatro prêmios Grammy no bolso, Sade entrou em um longo hiato no ano de 1996, após lançar quatro álbuns com sua bnda homônima. Com o nascimento de Izaak Adu, a cantora decidiu priorizar sua vida pessoal e deixou a carreira em segundo plano, aparecendo em projetos e apresentações pontuais ao longo das últimas décadas.
O último disco de inéditas lançado por Sade foi Soldier of Love, de 2010. No último ano, Sade voltou a fazer barulho nas redes sociais, à medida em que as novas gerações têm criado montagens virais aos sons de alguns dos seus grandes sucessos nos anos 1980 e 1990, como “Smooth Operator” e “Kiss of Life”.
Já o último lançamento musical de Sade foi em 2018, com as faixas “Flower of the Universe” e “The Big Unknown”, que fizeram parte das trilhas sonoras de Uma Dobra no Tempo (A Wrinkle In Time, Ava DuVernay) e As Viúvas (Widows, Steve McQueen), respectivamente.
Transa chega às plataformas de streaming no dia 22 de novembro. Confira abaixo o primeiro single, um cover de “I Would Die 4 U”, do Prince, na voz de Lauren Auder + Wendy and Lisa: