Nesta terça-feira (15), uma notícia esperançosa, relacionada ao tratamento e cura do HIV, foi divulgada ao público. Durante a “Conference on Retroviruses and Opportunisitic Infections” [“Conferência Sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas“], elaborada em Denver, Estados Unidos, a Dra. Yvonne J. Bryson, integrante de um grupo de pesquisadores da Weill Cornell Medicine, Nova York, relatou que uma paciente de 64 anos, diagnosticada com leucemia mieloiga aguda, foi curada do HIV após receber um transplante sanguíneo de células-tronco de um recém-nascido.
O procedimento realizado na paciente, que não teve seus dados expostos por questões de segurança, foi desenvolvido inicialmente como um tratamento para o câncer, na intenção de suprir células-tronco sanguíneas e elevar seu sistema imunológico, comprometido pela leucemia. Ela havia sido diagnosticada com o vírus causador da AIDS em 2013 e, em 2017, quando descobriu sobre a leucemia, recebeu o sangue de cordão umbilical de um doador resistente ao HIV.
Em 2020, três anos após iniciar o tratamento, decidiu abandonar a medicação antirretroviral, com auxílio de acompanhamento médico e, 14 meses depois, seus exames de sangue pararam de apresentar qualquer sinal do HIV.
De acordo com os médicos ligados à pesquisa, o procedimento não apenas funcionou, como também pode servir de exemplo para tratar e curar outros pacientes no futuro. “Nós estimamos que há, aproximadamente, 50 pacientes ao ano, nos Estados Unidos, que podem se beneficiar deste tratamento”, disse o Dr. Koen van Besien, também da Weill Cornell Medicine.
Este é, até o momento, o 3º caso de cura do HIV e o 1º observado em uma paciente mulher. Os casos anteriores foram divulgados em 2008 e 2019, feitos através de transplantes de medula óssea, também de doadores resistentes ao HIV, nos pacientes Timothy Ray Brown (conhecido como paciente de Berlim), e Adam Castillejo (o paciente de Londres).