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Pesquisa domiciliar do DF não terá perguntas sobre orientação sexual

Pesquisa domiciliar do DF se recusa a incluir perguntas sobre orientação sexual (Foto: Reprodução)

Pesquisa domiciliar do DF se recusa a incluir perguntas sobre orientação sexual (Foto: Reprodução)

A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) realizada no Distrito Federal vai incluir perguntas sobre identidade de gênero em seu questionário de 2021, mas ao mesmo tempo se recusa a aprofundar o levantamento sobre orientação sexual. A pesquisa será aplicada em mais de 35 mil domicílios do DF nos próximos meses.

Realizado pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), o censo é o principal levantamento de informações da unidade federativa e inclui dados como tipo de moradia, etnia, gênero, idade, classe social e outras características socioeconômicas da população.

Embora movimentos ativistas do Distrito Federal aplaudam a inclusão da análise sobre travestis e transexuais, a negativa do órgão de perguntar sobre a orientação sexual dos habitantes do DF e de quem mora com eles é vista de forma crítica. Segundo nota enviada pelo coletivo Brasília Orgulho, “tirar a orientação sexual da Pdad é impedir elaboração de políticas públicas para o segmento em saúde, moradia, segurança pública e educação, por exemplo, nos próximos anos”.

Outra contradição apontada pela organização é a de que “há perguntas sobre quantos cachorros e gatos há nas residências que serão pesquisadas, mas não haverá questionamento sobre a quantidade de homo e bissexuais”.

Coletivos em prol da comunidade LGBTQ pretendem pressionar a Codeplan a rever esta decisão, inspirados no projeto de lei 420/2021 do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que tem como objetivo obrigar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a incluir questões sobre orientação sexual e identidade de gênero em suas pesquisas nacionais.

A Pdad reflete, em amostra regional, a questão maior que é a inclusão de perguntas sobre diversidade de gênero e sexualidade dentro do IBGE. Há anos, coletivos LGBTQs têm lutado pela inclusão de questões específicas sobre esta população no censo, já que só assim políticas públicas com base em dados efetivos podem ser geradas.

Procurada pela Híbrida, a Codeplan ainda não se manifestou sobre a questão. No site oficial do órgão, o último levantamento focado na população LGBTI+ foi publicado em 2017, utilizando dados de denúncias do Disque 100 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, de 2013.

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