O primeiro banco do mundo voltado para a população LGBT+ chegou ao mercado brasileiro nesta segunda-feira (17), após funcionar desde novembro do ano passado exclusivamente para clientes convidados. Com planos que variam entre R$ 9,99 e R$ 39,99, para pessoas físicas, e R$ 29,99 e R$ 149,99, para pessoas jurídicas, o Pride Bank se define como um “banco digital com propósito social”.
“Em um contexto onde a igualdade de gênero e respeito à comunidade LGBTI+ são esforços diários, criamos um banco digital que entenda os desafios e necessidades e que apoie a comunidade em todas as suas esferas: desde serviços financeiros até apoio a causas e eventos”, diz a apresentação do site.
Criado por Maria Fuentes e Alexandre Simões, o banco já tem 9 mil clientes e se compromete em doar 5% da receita obtida com as transações financeiras para instituições de apoio a LGBTs, por meio de uma parceria entre seu Instituto Pride e o Welight. Dentre as causas já apoiadas pela instituição estão a EternamenteSOU, que oferece acolhimento a idosos, a Casa Arouchianos, o ELAS e a Família Stronger.
O uso do nome social no cartão de crédito, direito previsto desde abril de 2017 por uma normativa do Banco Central, também é uma das bandeiras levantadas pela empresa. Por sinal, o cartão tem bandeira MasterCard e é pré-pago e está disponível também para quem tem o nome negativado no Serasa e no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Pink money
Popularizado nas redes sociais, o “pink money” é um termo que se refere ao poder de compra da comunidade LGBTQ no mercado. No Brasil, esse potencial de consumo valor já era equivalente a pelo menos R$ 418,9 bilhões, em 2015, de acordo com uma pesquisa da Out Leadership.
O potencial e padrão de consumo dessa população também chama a atenção de empresas – apenas os homossexuais costumam gastar 30% a mais que heterossexuais. Ao todo, estima-se que pelo menos 18 milhões de pessoas pertençam à comunidade LGBTQ no Brasil, com uma renda média de R$ 3.200, segundo a consultoria InSearch Tendências e Estudos de Mercado.
“O potencial do banco é grande, pelo menos 5% desse público dá para alcançar”, afirmou Márcio Orlandi Júnior, presidente do Pride Bank, em entrevista ao Valor.