Um professor da rede pública estadual do Amapá foi indiciado por crime de ódio na internet após ter publicado em suas redes sociais que a orla da cidade “cheirava a Aids” por conta da 19ª Parada do Orgulho LGBT de Macapá, que atraiu 60 mil pessoas à orla da cidade no último domingo (1º). A denúncia foi registrada na 5ª DP nesta terça-feira e atribuída ao delegado da Polícia Civil Neuton Gomes de Abreu Junior.
A denúncia contra Milton Santos foi representada por André Lopes, organizador do evento e presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos da População LGBT, e Fabrício Oliveira, representante do fórum de ONG/AIDS do Amapá. Em entrevista ao portal SelesNafes, Lopes ainda afirmou que será protocolada uma denúncia contra o professor no Ministério Público.
Ainda na terça, os vereadores da Câmara Municipal de Macapá repudiaram as publicações feitas pelo professor, durante a 41ª sessão legislativa da Casa. Durante fala na tribuna, Caetano Bentes (Rede), e Rinaldo Martins (PSOL) protestaram contra o teor discriminatório da postagem.
“Não podemos chamar de professor, uma pessoa que faz comentário absurdo e cheio de intolerância. Espero que isso seja apurado com rigor”, afirmou Martins, que foi apoiado por Bentes. “A Parada Orgulho LGBT + foi pacifica e demonstrou que estamos em um país laico e que apoia a diversidade, mas infelizmente ainda temos que lidar todos os dias com a intolerância e a segregação”, declarou o vereador da Rede.
Após a repercussão do caso, o professor voltou a reiterar seu posicionamento nas redes sociais, com uma nova publicação, na qual se referia à comunidade LGBT como “aquela bosta de movimento”(confira abaixo). Ainda em junho deste ano, ele foi indiciado por calúnia e difamação por ofensas postadas contra políticos em seu perfil no Facebook.