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“Linha Direta” entrevista ex-namorado do “serial killer de Curitiba”

José Tiago Correia Sokora, o "serial killer de Curitiba", foi preso em maio de 2021 pela Polícia Civil do Paraná (Foto: Divulgação)

José Tiago Correia Sokora, o "serial killer de Curitiba", foi preso em maio de 2021 pela Polícia Civil do Paraná (Foto: Divulgação)

O caso do “serial killer de Curitiba” que foi responsável pela morte de três homens gays no início de 2021 voltou a chamar a atenção nesta semana ao ser retratado no programa Linha Direta, apresentado pelo jornalista Pedro Bial na Globo. O episódio que retrata os crimes cometidos por José Tiago Correia Sokora, à época com 33 anos, foi ao ar na quinta-feira, 1ª de junho, mês em que é celebrado o Orgulho LGBTQIA+.

Além de relembrar os detalhes do caso, a produção do Linha Direta exibiu uma entrevista com familiares das vítimas e com um ex-namorado de Sokora, que manteve um relacionamento com o serial killer ao longo de quatro anos. À reportagem, o homem contou que eles se conheceram em uma sala de bate-papo e depois passaram a conversar no whatsapp.

“Todo final de semana ele vinha. Você marcava e ele tava lá. Isso foi sagrado, ele nunca faltou a um encontro”, contou o ex-namorado de Sokora. Assista a um trecho abaixo.

Preso em maio de 2021, o “serial killer de Curitiba” disse em seu depoimento à Polícia Civil que os crimes cometidos não teriam sido motivados por homofobia ou pela orientação sexual das vítimas. “A escolha em nunca foi por homens homossexuais. A escolha foi por quem aceitasse que eu adentrasse a residência delas”, declarou.

De acordo com as Polícias Civis do Paraná e de Santa Catarina, Sokora é responsável pelas mortes de David Júnior Alves Levisio e de Marco Vinício Bozzana da Fonseca, assassinados na capital paranaense em 27 de abril e 4 de maio de 2021. Ele também foi acusado pelo latrocínio do professor universitário Robson Olivino Paim, em Abelardo da Luz (SC), no dia 16 de abril.

Uma quarta vítima teria se encontrado com Sokora em Curitiba, mas conseguiu escapar com vida, apesar de ter “bens subtraídos”, segundo nota da PCPR emitida naquela época. Antes da fuga, o criminoso teria detalhado seu modus operandi ao rapaz: “Eu sou o serial killer da TV. Eu sou como o Coringa, eu gosto de matar”, em alusão ao vilão da DC.

Relembre o caso

Pelo menos outras três pessoas prestaram que se encontraram com Sokora e sobreviveram prestaram depoimento à Polícia durante as investigações. Segundo os relatos, ele marcava os encontros por aplicativos de relacionamento e, ao chegar no local, já imobilizava as vítimas com um mata-leão. Em seguida, ele sufocava os homens com uma coberta ou com o travesseiro.

Eles também dizem que o suspeito enviava fotos e vídeos, mas não chegava a praticar atos sexuais com nenhum dos quatro rapazes que se identificaram. Apesar disso, ele roubava celulares e computadores como uma forma de dificultar a sua identificação.

Sokora ficou conhecido na internet como “o serial killer de Curitiba”, mas o termo não foi utilizado pela Polícia. A especulação de que ele seria um assassino em série se deve ao curto espaço de tempo em que teria cometido os crimes e a forma similar com que encontrou e matou as vítimas.

Processado por latrocínio, extorsão e roubo, Soroka foi condenado em primeira instância pela Justiça do Paraná a mais de 100 anos de prisão.

Além de sua história, o Linha Direta também contou o caso de assassinato da travesti Renata Ferraz, morta em Patos, no sertão da Paraíba, aos 16 anos. O principal suspeito do caso, Giovani de Lima Galdino Silva, segue foragido da Justiça desde o ano passado.

Em 2022, o Brasil registrou uma morte violenta de vítimas LGBTI+ a cada 34 horas segundo dados coletados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). O levantamento da organização mapeou ao menos 256 vítimas, dentre as quais 242 morreram por homicídio e outras 14 por suicídio.

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