A 75ª edição do Emmy aconteceu nesta segunda-feira (15) e confirmou o prestígio de séries como The Bear, Succession e Beef, que, assim como nos Globos de Ouro, dominaram em peso a premiação nas principais categorias da noite. Além das vitórias dos favoritos, a cerimônia também contou com grandes discursos e homenagens a importantes figuras da comunidade LGBTQIA+.
Confira abaixo os principais destaques:
Elton John se torna EGOT
Elton John entrou para o seleto grupo de artistas que receberam troféus nas quatro principais premiações do showbusiness (Emmy, Globo de Ouro, Oscar e Tony) com a vitória do especial Elton John: O Show da Despedida na categoria de Especial de Variedades: Ao Vivo. Esta havia sido a primeira indicação do cantor que infelizmente não pôde comparecer à cerimônia para agradecer ao prêmio pois estava se recuperando de uma cirurgia no joelho.
Nas redes sociais, o Rocketman publicou uma mensagem dizendo estar “nas nuvens” com a homenagem: “Receber esse reconhecimento é uma prova da paixão e dedicação de todos os envolvidos, estou profundamente agradecido”, escreveu, agradecendo os fãs, amigos e colaboradores que o ajudaram ao longo dos anos. “Honrado de me juntar às fileiras sagradas dos vencedores EGOT, um brinde à alegria da música e à magia que ela traz às nossas vidas.”
RuPaul faz discurso importante
Em 2023, RuPaul’s Drag Race perdeu a estatueta de Melhor Reality de Competição após tantos anos como favorito absoluto da categoria. Em 2024, porém, o programa voltou a faturar o prêmio e, como celebração, o apresentador e criador RuPaul Charles tomou o palco acompanhado do elenco, de dentro e fora dos bastidores, para agradecer a honraria, além de deixar uma importante mensagem contra o conservadorismo nos EUA.
“Se uma drag queen quer ler uma história para você em alguma biblioteca, escute ela, porque conhecimento é poder! E se alguém tenta restringir seu acesso ao poder [é porque] eles estão tentando te assustar, então ouça uma drag queen”, disse, se referindo ao frenesi reacionário que se expandiu nos últimos anos contra a presença de drag queens lendo livros para crianças nas escolas e bibliotécas públicas do país.
Jennifer Coolidge agradece os “gays malvados”
Jennifer Coolidge venceu, mais uma vez, a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática pelo papel da excêntrica Tânya McQuoid na segunda temporada de The White Lotus, atração que revitalizou sua carreira. Em seu discurso, a atriz agradeceu a todos os “gays malvados”, fazendo alusão ao momento viral de sua personagem que tomou as redes sociais no último ano. Hilária e querida, como sempre.
Niecy Nash-Betts é reconhecida
Niecy Nash-Betts venceu seu primeiro Emmy como Melhor Atriz Coadjuvante em Minisérie ou Telefilme pela polêmica Dahmer: Um Canibal Americano. Ela já havia sido indicada outras três vezes e, agora, desbancou grandes nomes como Maria Bello, Claire Danes e Juliette Lewis por sua performance como Glenda Cleveland, vizinha do serial killer.
“Eu aceito esse prêmio em nome de todas as mulheres negras e pardas que não foram escutadas, mas superpoliciadas. Como Glenda Cleveland. Como Sandra Bland. Como Breonna Taylor. Como uma artista, meu trabalho é falar a verdade ao poder e, queridos, eu farei isso até o dia em que morrer”, disse, comovendo a plateia ao agradecer pelo troféu.
Recriação da Murder House de American Horror Story
A primeira temporada da antologia criada por Ryan Murphy marcou presença neste Emmy: o cenário foi transformado aos moldes da “Murder House” e o ator Dylan McDermott subiu ao palco para apresentar a categoria de Melhor Ator em Minisérie ou Telefilme junto ao vilão Homem de Borracha, ou melhor, o comediante Anthony Anderson em trajes de latex. O momento fez parte das grandes reuniões da cerimônia que celebrou as principais atrações dos últimos 75 anos de premiação (vale lembrar que, ao todo, American Horror Story já venceu 16 Emmys).
GLAAD ganha o Governors Award
A Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD), organização que monitora como a mídia representa pessoas LGBTQIA+ nos Estados Unidos, ganhou o importante Governors Award, concedido à pessoas ou instituições que realizaram grandes transformações nas artes. Sarah Kate Ellis, presidenta da GLAAD desde 2014, subiu ao palco para agradecer o prêmio e fez um importante discurso sobre representatividade trans nas telas. “O mundo precisa urgentemente de histórias sobre pessoas transgênero que transformem a cultura. Mais pessoas dizem ter visto um fantasma que conhecer alguém transsexual. Quando você não conhece as pessoas, é fácil demonizá-las. A visibilidade cria compreensão e abre portas, é salvadora de vidas. Nossa comunidade conquistou tantas coisas e, mesmo assim, ainda somos hostilizados e vilanizados com mentiras crueis e nocivas. Compartilhar histórias é o antídoto”, disse.