Começa na próxima quinta-feira (13), em São Paulo, a 32ª edição do Festival Mix Brasil, o maior festival de cinema LGBTQIA+ da América Latina e um dos maiores eventos de diversidade do mundo. Sob o tema É na luz que a gente se encontra, a programação deste ano vai contar com 93 filmes de 32 países – incluindo estreias inéditas e longas que já percorreram grandes festivais pelo mundo.
Além das atrações cinematográficas, o Mix Brasil também vai ter apresentações especiais, incluindo shows de Totô de Balalong, a banda Cão e Edy Star com Maria Alcina; instalações de experiências XR; uma seleção especial de novos jogos que celebram a diversidade; o Mix Literário, com a celebração dos 80 anos de João Silvério Trevisan; e o tradicional Show do Gongo, que neste ano se transforma no Gongada Drag.
O cineasta canadense Bruce LaBruce será o grande homenageado desta edição com o prêmio Ícone Mix, já entregue a nomes como Gus Van Sant, João Nery, Marina Lima, Marcia Pantera e Linn da Quebrada. Além do reconhecimento, ele ganhará uma exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS) e uma instalação inspirada em seu último filme, O Intruso.
O Festival Mix Brasil vai até o próximo dia 24, ocupando espaços culturais da capital paulista.
Os destaques do 32º Festival Mix Brasil
- “AVENIDA BEIRA-MAR” (Brasil)
Durante o inverno, a praia de Piratininga, em Niterói, está deserta. Rebeca (Milena Pinheiro), de 13 anos, acaba de se mudar para lá e está de castigo. Ela só vê a rua por cima do muro. Um dia, a garota observa Mika (Milena Gerassi), uma menina trans, nadar no mar aberto. O mundo então se abre para Rebeca. Além de Pinheiro e Gerassi, Avenida Beira-Mar, de Maju de Paiva e Bernardo Florim, também conta com Andréa Beltrão e Isabel Teixeira no elenco.
- “BABY” (Brasil)
Queridinho do circuito deste ano, o fiilme de Marcelo Caetano chega ao Mix Brasil após se tornar o grande vencedor da última edição do Festival do Rio. A acompanha a tumultuada história de Wellington, conhecido como “Baby” (João Pedro Mariano), um jovem que, ao sair do Centro de Detenções sem o apoio da família biológica, encontra refúgio com Ronaldo (Ricardo Teodoro), um garoto de programa. Ao lado de Priscila (Ana Flavia Cavalcanti), ex-mulher de Ronaldo, e sua parceira Janaína (Bruna Linzmeyer), Baby tenta reconstruir a vida e encontrar uma nova família em meio a conflitos, desencontros e emoções intensas.
- “ESTAMOS NO AR” (Portugal)
A estreia marcante de Diogo Costa Amarante oferece um retrato refrescante da dinâmica familiar contemporânea ao trazer a trama de um filho, sua mãe tímida e sua avó insatisfeita, que anseiam por uma vida diferente da que vivem. Sem conseguir concretizar seus desejos, eles buscam escapar em sonhos, fantasias e na internet.
- “O INTRUSO” (Reino Unido)
Novíssimo trabalho de Bruce LaBruce, grande homenageado do Mix Brasil neste ano, O Intruso é uma homenagem a Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini, com uma trama erótica e política sobre a onda de imigração em Londres por um viés de libertação sexual. A crítica já o chamou de “depravado”, “revolucionário” e “pornográfico”. Ou seja: uma obra imperdível.
- “MARÉ ALTA” (EUA)
Lourenço (Marco Pigossi) é um imigrante brasileiro prestes a enfrentar o fim do seu visto nos Estados Unidos. Abandonado inesperadamente pelo namorado americano, ele se vê desorientado e com o coração partido. No entanto, sua vida ganha um novo sentido ao conhecer Maurice (James Bland), um enfermeiro de coração generoso. Juntos, eles desenvolvem uma conexão profunda e encontram acolhimento mútuo, enquanto lidam com os desafios e incertezas que o futuro reserva. O filme foi dirigido por Marco Calvani, namorado de Pigossi, e estreou por aqui no Festival do Rio. Leia aqui a nossa crítica do filme e a entrevista com o elenco.
- “MARINETTE” (França)
Marinette, de Virginie Verrier, é uma cinebiografia de Marinette Pichon, a primeira jogadora de futebol da França a assinar contrato com a liga profissional americana. Reconhecida como recordista em número de gols por partida e convocada inúmeras vezes para a seleção francesa, Pichon abriu caminhos no esporte e inspirou gerações.
- “O MELHOR AMIGO” (Brasil)
Dois grandes amigos se reencontram após cinco anos. Em meio a tantas mudanças, a retomada dessa conexão desperta um antigo sentimento para o qual eles ainda não estavam preparados. Do diretor Allan Deberton, com Vinícius Teixeira, Gabriel Fuentes, Claudia Ohana, Gretchen e Mateus Carrieri.
- “O QUE ESCREVEMOS JUNTOS” (Argentina)
Neste filme de Nicolás Teté, Mariano (Santiago Magariños) e Juan (Ezequiel Martínez), um casal de longa data, se mudam da cidade para iniciar uma plantação de mudas após o sucesso da carreira de escritor de Juan. A nova rotina no campo é abalada com a chegada da melhor amiga de Juan, trazendo uma notícia decisiva.
- “A RAINHA DOS MEUS SONHOS” (Canadá/Paquistão)
Em A Rainha dos Meus Sonhos, Azra (Amrit Kaur), uma jovem paquistanesa-canadense, enfrenta uma difícil relação com os pais desde que se assumiu lésbica. A morte repentina de seu pai, Hassan (Hamza Haq), a leva a uma intensa jornada emocional, onde memórias e segredos familiares são confrontados. Inspirado na peça Me, My Mom & Sharmila, este drama cômico marca a estreia de Fawzia Mirza como diretora e explora com delicadeza e humor as complexidades da identidade e das relações familiares.
- “SALÃO DE BAILE: THIS IS BALLROOM” (Brasil)
Da dupla Juru e Vitã, Salão de Baile: This Is Ballroom é um documentário sobre a cultura ballroom no Rio de Janeiro, aos moldes do sucesso atemporal Paris Is Burning. O longa ganhou o prêmio de Melhor Montagem e uma Menção Honrosa no Felix do Festival do Rio 2024.
- “SEBASTIAN” (Reino Unido)
Max (Ruaridh Mollica) é um escritor freelancer de 25 anos que vive em Londres. Durante a noite, ele se torna Sebastian, um trabalhador sexual que usa suas experiências para inspirar seu romance de estreia. Conforme Max luta para equilibrar essa vida dupla, ele questiona se Sebastian é apenas uma ferramenta em sua busca pela autenticidade ou se há algo mais em jogo. O filme Sebastian, de Mikko Makela, fez parte da seleção oficial do Festival de Cinema de Sundance deste ano e concorreu ao Félix no Festival do Rio.
- “TUDO VAI FICAR BEM” (Hong Kong)
De Ray Yeung, cineasta e presidente do Festival de Cinema Lésbico e Gay de Hong Kong, All Shall Be Well traz a história de Angie (Patra Au) e Pat (Maggie Li Lin Lin), um casal lésbico feliz e próspero na faixa dos 60 anos. Com a morte repentina de uma delas, logo surgem disputas sobre o funeral e a herança, criando uma ruptura entre a família do casal. Foi o vencedor do Teddy de Melhor Filme no Festival de Berlim de 2024, entregue às melhores obras LGBTQIA+ do evento.
- “UMA BREVE HISTÓRIA DA IMPRENSA LGBT+ NO BRASIL” (Brasil)
Dirigido por Lufe Steffen, Uma Breve História da Imprensa LGBT+ no Brasil explora a trajetória dos veículos de comunicação LGBTQIA+ no país, desde 1963 até os dias atuais. O documentário percorre uma linha do tempo, destacando desde o surgimento do fanzine carioca O Snob até a diversidade de portais digitais atuais. Com depoimentos de João Silvério Trevisan, James Green, Nany People, Erika Palomino, Renan Quinalha, Ana Fadigas, dentre outros, o filme oferece um retrato rico e plural dessa história essencial.
- “UNDERGROUND ORANGE” (Argentina/EUA)
Em Underground Orange, um mochileiro californiano se envolve em um relacionamento poliamoroso com um grupo de jovens atores que planejam sequestrar o embaixador dos Estados Unidos na Argentina. Dirigido e protagonizado por Michael Taylor Jackson.