Revista Híbrida
Mundo

Chile tem primeira escola da América Latina para crianças transexuais

Chile tem primeira escola da América Latina para crianças transexuais

Chile tem primeira escola da América Latina para crianças transexuais

Inaugurada em abril de 2018, a Escola Amaranta Gomez, em Santiago, tem colocado o Chile na vanguarda da inclusão à população transgênero da América Latina ao ser a primeira instituição de ensino voltada às crianças trans. Hoje, o colégio conta 38 alunos entre 6 e 17 anos, dos quais 23 se identificam como transexuais. Os outros estudantes, de acordo com reportagem publicada esta semana pela BBC, costumam ser irmãos e parentes dessas crianças.

Criada pela Fundação Selenna, a escola tem como objetivo acolher alunos trans que, em instituições de ensino público, geralmente são vítimas de bullying e transfobia, o que leva ao medo de ir às aulas e, consequentemente, à evasão escolar.

“Gênero não é tão estático assim. Eu acho que as crianças variam entre ‘menino’ e ‘menina’, porque elas são mais livres que nós. Como pais ou pessoas adultas, nós que queremos dizer quem você é”, explicou a professora Evelyn Silva, em entrevista à BBC.

Alunos da Escola Amaranta Gomez, em Santiago, durante celebração de Dia das Crianças (Foto: Reprodução Facebook | Fundação Selenna)

Ao longo do seu primeiro ano letivo, a escola funcionou de forma gratuita em  um centro comunitário de Santiago, com professores trabalhando voluntariamente e os demais custos sendo arcados com as finanças pessoais de Evelyn e de Ximena Maturana, coordenadora da instituição. As aulas ministradas incluem matemática, ciências, história e inglês, além de oficinas de arte e fotografia.

A escola foi batizada em homenagem à ativista e antropóloga mexicana Amaranta Gomez. Ela é uma das principais militantes pelos direitos LGBTs no país e se identifica como muxe, um terceiro gênero na tradição indígena, onde as pessoas não se consideram totalmente masculinas nem femininas.

Em setembro do ano passado, o Chile aprovou uma lei histórica para o país, na qual garante às pessoas com mais de 14 anos o direito de alterarem seu gênero e nome em documentos oficiais. Em 2012, também foi introduzida uma lei de proteção à comunidade LGBT contra crimes de ódio.

Notícias relacionadas

Movimento de “ex-gays” reúne ativistas em marcha pela “salvação”

Revista Híbrida
3 anos atrás

Um ano depois, o que mudou para os LGBTs da Chechênia?

João Ker
6 anos atrás

Na Uganda, médico espanca paciente ao descobrir que ela é lésbica

João Ker
5 anos atrás
Sair da versão mobile