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Casais LGBT+ ainda sentem medo de dar as mãos em público, segundo pesquisa

Casais LGBT+ ainda sentem medo de dar as mãos em público, segundo pesquisa (Foto: Alvaro Gonzalez/Reprodução)

Casais LGBT+ ainda sentem medo de dar as mãos em público, segundo pesquisa (Foto: Alvaro Gonzalez/Reprodução)

Em muitas partes do mundo, o simples ato de dar as mãos pode ser um gesto repleto de significado e amor. No entanto, para a maior parte dos casais LGBTQIA+, essa demonstração de afeto ainda é marcada por sentimentos de medo e insegurança. É o que revela um levantamento recente feito no Reino Unido, segundo o qual casais não-heterossexuais hesitam em exibir sua relação publicamente, temendo represálias e atos de violência.

De acordo com a pesquisa, que foi realizada pela organização Stonewall, mais da metade (57%) das pessoas LGBTQIA+ entrevistadas afirmaram já ter evitado alguma demonstração de afeto em público, como dar as mãos ou se abraçar. Para muitos, a rua, que deveria ser um espaço de liberdade, se transforma em um campo minado de preconceito e hostilidade.

O medo, segundo os entrevistados, é intensificado pelos dados alarmantes sobre a violência contra a comunidade no Reino Unido, onde houve um aumento significativo de ataques LGBTfóbicos na última década.

Ainda segundo a pesquisa, que foi encomendada pela Home Office, os ataques motivados pela orientação sexual da vítima cresceram 112% nos últimos cinco anos, enquanto a violência contra pessoas trans aumentou 186% no mesmo período. Os dados são referentes aos entrevistados na Inglaterra e no País de Gales.

Em 2023, os crimes de ódio anti-LGBTQIA+ na mesma região atingiram níveis ainda mais alarmantes. Um caso notório envolveu um casal de mulheres lésbicas em um parque de Londres, que sofreu agressões físicas e verbais simplesmente por estarem de mãos dadas.

Já em maio deste ano, o governo do Reino Unido, então sob a liderança do primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, proibiu o ensino sobre identidade de gênero nas escolas. Anteriormente, ele também havia defendido que os britânicos estavam “sofrendo bullying” para acreditar que as pessoas podiam ser de qualquer sexo que quisessem.

Dois meses depois dessas declarações, Sunak foi derrotado por Keir Starmer, representante do Partido Trabalhista, nas eleições gerais do Reino Unido. No entanto, o novo representando do povo britânico também demonstrou não ser muito receptivo aos direitos LGBTQIA+: durante sua campanha, o trabalhista revelou que não pretende anular a proibição do ensino sobre diversidade sexual nas escolas.

Como forma de combate a LGBTfobia institucionalizada, a Stonewall, após a divulgação da última pesquisa, lançou a iniciativa Hold My Hand, que tem como intenção pressionar o governo britânico a tornar os crimes de ódio anti-LGBTQIA+ uma ofensa agravada, para que a proteção das vítimas seja semelhante àquela dada para ataques motivados por preconceito contra religião ou raça.

“É hora de os parlamentares tomarem uma atitude para parar o aumento do ódio e desafiar o governo a tornar a sociedade mais segura para a comunidade LGBTQIA+”, escreveu a organização no site oficial da campanha.

 

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