No mês em que comemoramos o Orgulho LGBTI+, a Revista Híbrida lança sua 4ª edição, “GRITO”, estrelada por Johnny Hooker. Após seu segundo disco, “Coração”, o artista recifense alcançou um patamar em que poucos chegaram, ao mesmo tempo em que “Flutua”, sua participação poderosa com Liniker, foi alçada ao posto de hino de resistência política do movimento, com um refrão gritado e escrito em protestos pelo Brasil afora.
Fotografado por Murilo Yamanaka, Johnny fala sobre sua infância em um lar acolhedor para a diversidade sexual e de gênero, responsável pela sua consciência política desde cedo. “Ter crescido com essa noção, de alguma maneira, me tornou uma criança meio politizada naquele momento. Ao mesmo tempo, reconheço que não poderia ter vivido algo mais díspar do que é o Brasil”, conta.
Na edição, também relembramos a história dos 50 anos da Revolução de Stonewall e mostramos tudo o que essa revolta popular de LGBTIs capitaneada por nomes como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera causou no avanço de direitos para a nossa população nos Estados Unidos. A luta e o grito em busca de respeito na sociedade não está tão distante do que a comunidade da Angola precisou pleitear para seu novo Código Penal, o primeiro nos seus 44 anos de independência que não contempla nenhuma punição para as relações homossexuais.
Jogamos luz sobre pessoas que têm gritado em outras vertentes artísticas, como Élle de Bernardini, que fala exclusivamente com o curador e historiador da arte Raphael Fonseca sobre o papel do próprio grito em sua arte. Também mergulhamos no universo poético da primeira Antologia Trans brasileira e como ela foi construída com suor, lágrimas, solidariedade e resistência.
Nesse primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, que já começou cortando incentivos em áreas essenciais à comunidade LGBTI+, o “grito”, que até pouco tempo era só uma reação e comentário online para qualquer acontecimento acabou se tornando a nossa única válvula de escape. Por isso, confira abaixo a nossa 4ª edição, dedicada à liberdade que ainda temos de, pelo menos, gritar.
E não deixe de conferir a nossa série especial, #OrgulhoTodoDia, uma lembrança que existimos o ano inteiro e não apenas em junho, apesar do que muita gente parece acreditar. Os quatro episódios foram produzidos em parceria com a ONG SaferNet e apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Google.Org.