Começamos o ano de 2024 com a nossa 9ª edição, ASCENSÃO, palavra que define a nossa cover girl (put that bass in your walk!) Organzza, primeira coroada do RuPaul’s Drag Race Brasil, e se desdobra em uma série de reportagens e entrevistas com temas e personagens que vão da ideologia depravada e disseminada pela extrema-direita às quadras de vôlei do Brasil e do mundo.
Organzza é o tipo de personagem que define muito bem o conceito da Híbrida desde a sua criação. Quando venceu o reality show mais premiado da TV ocidental, a drag queen carioca atingiu um nível até então inédito de relevâcia para a cena LGBTQIA+ do Brasil. Ela representa o sonho brasileiro de quem venceu contra todas as probabilidades, ganhando um título que é fruto das décadas de treinamento, experiência e desafios superados.
Quando posa para as lentes de Veve Milk, fotógrafa excepcional que como ela também foi criada na Zona Norte do Rio, Organzza consegue imprimir personalidade em todos os cantos do camarote Folia Tropical, ocupando até a Sapucaí com um look híbrido de carnaval e queer, pensado e criado por ela mesma, com beleza de Gui Mauad. Na entrevista exclusiva que deu à revista apenas dias depois de ganhar o reality show, ela conta como suas referências estéticas e artísticas são fruto de sua relação com a festa mais famosa e querida do Brasil (além de muitas outras revelações sobre o programa e sua vida).
Ascensão é o que infelizmente define também a campanha de Donald Trump à reeleição como presidente dos Estados Unidos. Diretamente de Nova York, o repórter Pedro Paiva escuta teóricos que são referências no estudo de gênero e direitos LGBTQIA+ para entender quais seriam os efeitos de um novo mandato do homem-laranja nos direitos LGBTQIA+. Spoiler: nada positivos.
Em uma conversa franca e emocionante, o libero brasileiro Maique conta para Lívia Muniz como foi ascender das lavouras de café no interior de Minas Gerais até chegar à Seleção Brasileira de vôlei como um dos únicos jogadores abertamente gays do esporte nacional. A trajetória de superação é similar à do artista trans Zayre Kaus, o Exu do Morro, que conseguiu contornar as dificuldade na periferia de Niterói e levar sua arte a um dos museus mais importantes do Brasil.
Diretamente de Porto Alegre, a dupla dinâmica de mãe e filho, Claudia e Theo Tajes, entrevistas e fotografam (lindamente, diga-se de p assagem) João Carlos Castanha, um ícone divino do teatro, do cinema e da noite que ganhou há pouco um filme sobre a sua própria trajetória.
Outras matérias chegarão nas próximas semanas, enquanto seguimos o modelo da edição anterior e seguramos um pouquinho do nosso conteúdo para você ir saboreando aos poucos. Até lá, fique com tudo isso que já mencionei acima, mas não deixe também de, obviamente, curtir o carnaval 2024 que se aproxima – e, se precisar de dicas do que fazer, separamos o melhor da programação LGBTQIA+ na folia de cinco capitais.
Axé e nos vemos na próxima!
