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94% das crianças trans mantêm a identidade após transição, diz estudo

Pesquisa aponta que poucas crianças trans mudam de ideia após 5 anos [Foto: Curto De La Torre/AFP/Getty Images]

Pesquisa aponta que poucas crianças trans mudam de ideia após 5 anos [Foto: Curto De La Torre/AFP/Getty Images]

A maioria das crianças trans que se reconheceram como transexuais e iniciaram o processo de transição na infância mantiveram a identidade de gênero depois. É o que aponta um estudo realizado ao longo de quase cinco anos pela TransYouth, com 317 participantes entre os 3 e 12 anos, publicado na última semana no periódico científico Pediatrics.

O grupo de pesquisadores analisou 208 meninas e 109 meninos após a transição social de gênero completa, incluindo as mudanças nos pronomes binários (ele/ela). O grupo foi acompanhado de julho de 2013 a dezembro de 2017, nos Estados Unidos e no Canadá, por encontros pessoais e/ou online.

O estudo mostrou que, após esse período de quase cinco anos para reinserção social e familiar, 94% das crianças analisadas continuaram se identificando como transexual binária (masculino ou feminina), enquanto outras 3.5% passaram a se afirmar como não-bináries. Do total, apenas 2.5% voltaram a se entender como cisgênero, ou seja, que manteve o gênero correspondente ao sexo biológico e atribuído ao nascimento.

De acordo com o estudo, 7,3% do total de 317 crianças acompanhadas passou pela “destransição” ao menos uma vez. Dessas, 1,3% acabou retornando à identidade trans e binária mais tarde. Os dados apontaram ainda que quem começou a transição antes dos 6 anos tinha maior probabilidade de se identificar novamente como cisgênero mais tarde (5.6%). A reversão do processo geralmente ocorria antes dos 10 anos.

“Esses resultados sugerem que as ‘destransições‘ são raras. Mais comumente, jovens transgênero que iniciaram suas transições sociais em idades precoces continuaram se identificando desta forma”, concluiu o estudo, liderado por uma equipe de cientistas das Universidades de Princeton, de Washington e de Victoria.

Para os pesquisadores, “compreender as destransições é crucial para clínicos e familiares ajudarem a torná-las o mais tranquilas possível para os jovens”. Os dados obtidos, entretanto, vão na contramão de pesquisas anteriores, as quais chegaram a sugerir que ao menos 80% de crianças trans iriam “desistir” de suas “novas” identidades de gênero, teoria comumente difundida entre conservadores, feministas radicais e “críticos de gênero”.

Para ler o estudo completo, clique aqui.

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