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Assassinatos de pessoas trans crescem no Brasil, mesmo com quarentena

Protesto em memória às vítimas da transfobia no Brasil, em 2017 (Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil)

Protesto em memória às vítimas da transfobia no Brasil, em 2017 (Foto: Tomaz Silva | Agência Brasil)

Nem a pandemia do coronavírus e suas medidas de restrições à circulação social têm impedido o assassinato de travestis e transexuais no Brasil. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (4), a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) mostra que o número de mortes da população transgênera cresceu 49% nos primeiros quatro meses de 2020 quando comparado com o mesmo período do ano passado.

Ao todo, foram registrados 64 assassinatos de mulheres trans e travestis no primeiro quadrimestre de 2020, o maior número desse período desde quando a Antra começou a registrar os casos, há quatro anos. Entre janeiro e abril, os totais anteriores foram de 58 (2017),  63 (2018) e 43 (2019).

No relatório, a Antra ainda aponta que, fora os casos de assassinato, ainda foram registrados 11 suicídios, 22 tentativas de homicídio e 21 violações de direitos humanos, além de seis óbitos relacionados à Covid-19. Apenas durante o agravamento dos casos de coronavírus no Brasil, entre março e abril, o aumento de assassinatos chegou a 13%.

“Acreditava-se que, durante a pandemia da Covid-19, os índices de assassinato poderiam diminuir, como aconteceu em outras parcelas da população, pela necessidade do isolamento social colocado em muitas cidades/estados”, observa a Antra no relatório. “Quando vemos que esse número aumentou, temos um cenário onde os fatores sociais se intensificam e têm impactado a vida das pessoas trans, especialmente as travestis e mulheres transexuais trabalhadoras sexuais”, frisa o documento.

A Antra ainda aponta que os casos não refletem necessariamente a realidade por haver uma subnotificação de violências contra a população trans em todo o território nacional. Para ter acesso ao relatório completo clique aqui e veja a cartilha de dicas para profissionais do sexo durante a pandemia aqui.

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