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Ativista gay conta como denunciou esconderijo de Fabrício Queiroz ao MP

Todd Tomorrow e Heloisa de Carvalho em frente à casa do advogado Frederick Wassef (Foto: Reprodução)

Todd Tomorrow e Heloisa de Carvalho em frente à casa do advogado Frederick Wassef (Foto: Reprodução)

Pelo menos duas pessoas não se surpreenderam que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), estava escondido na casa do advogado Frederick Wassef, em Atibaia. O ativista político Todd Tomorrow (Bruno Maia) e Heloísa de Carvalho, filha do “guru” bolsonarista Olavo de Carvalho, vigiavam o endereço desde 2019 e, em maio, denunciaram ao Ministério Público que o ex-policial militar estaria escondido lá.

“Liguei imediatamente para a Heloísa para irmos lá tirar uma foto de comemoração”, conta Todd, com exclusividade à Híbrida.

Ele e Heloisa se conheceram em 2018, pelas redes sociais e por indicação de um amigo em comum que sabia da posição contrária que ela tinha aos ideais pregado pelo pai e do trabalho que Todd (Bruno Maia) realizava no campo dos direitos humanos. “Ela me passou essa informação de que o Queiroz estaria em Pinheiros, um bairro residencial bem afastado em Atibaia. Foi quando ela descobriu que o imóvel do Wassef tinha sido transformado em escritório de advocacia”, lembra Bruno.

Os dois então passaram a observar regularmente a casa, na esperança de confirmar se o amigo da família Bolsonaro estaria mesmo ali. Eles ficaram de tocaia em um terreno baldio nos fundos da propriedade e até subiram em muro para tentar ver o interior do imóvel, que fica ao lado da casa de uma amiga de Heloísa e que ela, moradora de Atibaia, cuida esporadicamente.

“Ficamos alguns meses procurando algum rastro do Queiroz lá, porque sabíamos que ele estava fazendo tratamento em São Paulo e hospedado em algum lugar do interior”, explica Todd. A tocaia que começou no final de 2019 durou meses e só foi interrompida por volta de abril deste ano, por causa das medidas de distanciamento social impostas pelo novo coronavírus.

“Eu tenho contato com pessoas idosas, não dava para ficarmos nós dois no carro, então acabamos dando uma ‘esfriada’. Foi quando eu decidi, com a anuência dela, mandar a informação ao Ministério Público do Rio e ao de São Paulo onde o senhor Fabrício Queiroz estaria, porque havia muito indícios disso. Na semana seguinte, postei no Instagram e no Facebook a placa do local”, lembra.

Todd conta que ele e Heloísa não tiveram confirmação do MP sobre as investigações, mas acordaram nesta quinta-feira, 18, “com a bomba da notícia”. “Acho que tem que ser assim mesmo, até porque as denúncias que a gente fez foram pelos sites. Mas era realmente tudo o que a gente tinha deduzido desde o verão passado”, comemora.

Enquanto Queiroz era levado de helicóptero para o Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro, Todd e Heloísa celebraram a confirmação de suas suspeitas brindando taças com suco de laranja em frente à casa onde o amigo de Jair Bolsonaro estava hospedado. “Todo esse deboche implícito é uma arma muito importante pra gente usar nesses tempos que têm deixado muita gente depressiva.”

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