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Drag Race Brasil tem climão, rivalidade e confrontos no 7º episódio

Grag Queen, Maria Casadevall, Bruna Braga e Dudu Bertholini no palco de "Rupaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

Grag Queen, Maria Casadevall, Bruna Braga e Dudu Bertholini no palco de "Rupaul's Drag Race Brasil" [Foto: Divulgação]

Na medida em que a competição se intensifica, laços são construídos e rivalidades começam a aparecer em RuPaul’s Drag Race Brasil.  Neste 7º episódio, com presença da atriz Maria Casadevall na bancada de jurades, as sete queens que ainda seguem na luta pelo prêmio de R$ 150 mil gongaram umas as outras no desafio de fantoches e desfilaram looks preto e branco na runway. Confira abaixo o que achamos.

ATENÇÃO: SPOILERS ADIANTE!

Após a saída de Rubi Ocean, a atmosfera do ateliê é de tristeza e tensão. Grande parte das queens ainda presentes na disputa estão tristes pela eliminação da amiga – em especial Hellena Malditta que, sob lágrimas, não consegue parabenizar Naza por ter vencido o lipsync.

A torta de climão já era pressentida desde a semana anterior, quando Organzza e Malditta aproveitaram o untucked para questionar os looks entregues pelas adversárias na passarela. Embora a cena seja bastante comum no universo da franquia, a opinião das queens foi motivo de críticas na internet, com internautas acusando a carioca, em particular, de ser arrogante.

Por aqui, já falamos que, por se tratar de um reality show de competição, é esperado o confronto, a lenha na fogueira do entretenimento, contanto que não parta para ofensas pessoais – o que não aconteceu em momento algum ao longo da temporada (pelo menos até aqui).

Mais ainda: as participantes devem ter liberdade para emitir suas opiniões, sejam elas a favor ou contrárias ao gosto de quem assiste, separando a narrativa de um programa de televisão da vida real. E tal divisão parece ser compreendida pelo elenco desta edição brasileira. No próprio werkroom deste episódio, aliás, a conversa entre Naza e Organzza parece ter deixado isso claro. As críticas de uma participante à outra não são construídas por questões pessoais, mas sim pela deliberação dos jurades – assim como nós, espectadores, fazemos.

Dito isso, é uma pena que justamente os desafios de gongação tenham sido tão decepcionantes por enquanto. O reading challenge do episódio 4 não foi exatamente memorável e o desafio de fantoches vencido por Miranda Lebrão nesta semana também deixou a desejar. Ainda assim, garantiu alguns bons momentos, como a reclamação sobre a aparência dos bonecos, a caricatura de Shannon Skarllet feita por Betina Polaroid e as falas de Shannon sobre Organzza.

Partindo para o desafio principal, as queens ficaram encarregadas de preparar looks contrastantes em branco e preto, sendo o último construído no próprio ateliê. Para ajudar, Dudu Berthollini, jurado fixo, serviu como mentor – e foi excelente, diga-se de passagem, mostrando compreender exatamente as particularidades de cada participante. Sua presença no werkroom também serviu para que Miranda o agradecesse por tê-la inspirado na realização de seu casamento.

Não podemos deixar de notar em como a exibição deste episódio e a fala da queen, infelizmente, coincidiram com a recém aprovação do Projeto de Lei 580/2009, que tenta proibir o casamento homoafetivo no Brasil, pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF) da Câmara dos Deputados. Uma coincidência que, apesar de triste, joga luz sobre a importância desse direito garantido no Brasil.

Na última semana, o discurso de Hellena sobre sua realidade enquanto soropositiva já tinha ajudado a difundir a importância da PrEP e do acesso universal ao sistema público de saúde. Esperamos que o relato de Miranda sobre o direito ao matrimônio, para além do teor romântico, também ressoe no público e ajude a conscientizar o retrocesso que estamos presenciando na política brasileira.

Voltando ao episódio: sobre a passarela, as participantes mostraram, mais uma vez, que estão longe de figurar numa lista de mal vestidas da franquia. Nem mesmo as escolhidas como bottom foram necessariamente ruins, apenas deixaram a desejar em relação às expectativas que haviam criado anteriormente.

Lebrão, que passou semanas batendo na trave, finalmente ganhou um broche para chamar de seu, graças ao look bem construído e bem apresentado com selo de CUNT – coriza, uniqueness, nerve and talent, como dito pela apresentadora Grag Queen. Organzza, com os contrastes de Iemanjá e Maria Padilha, e Betina, com releituras das eras Like a Virgin e Erotica de Madonna, também se destacaram.

Falando em Madonna, um tanto decepcionante que nenhum dos integrantes do júri – nem os fixos, nem a convidada Maria Casadevall – parecem ter entendido a homenagem da carioca ao alter-ego Dita Parlo da Rainha do Pop. Questão contratual ou falta de referências da cultura pop?! Fica a dúvida.

Shannon Skarlett e Dallas de Vil, o bottom da semana, se enfrentaram no lipsync de “Decadence Avec Elegance”, de Deborah Blando. Uma escolha de música interessante com uma performance digna. As recorrentes dublagens de Vil acabaram prejudicando-a, e Skarllet, com espacates e atitude, garantiu mais uma semana na competição.

No próximo episódio, as 6 queens restantes participam de um ball com três looks originais e a participação da atriz Bruna Linzmeyer na bancada de jurades. Axé!

RuPaul’s Drag Race Brasil está disponível para streaming no catálogo do Paramount+. No restante da América Latina, a exibição está por conta da WoW Presents Plus. Na televisão, a transmissão está por conta da MTV Brasil, todas as quartas-feiras, às 21h.

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