Revista Híbrida
Cinema & TV

Mostra São Paulo: 17 filmes LGBTI+ imperdíveis na programação

"Paloma", de Marcelo Gomes, integra a programação da 46ª Mostra SP [Foto: Reprodução]

Entre os dias 20 de outubro e 02 de novembro, a capital paulista irá receber a 46ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em versão totalmente presencial, o evento exibirá mais de 200 títulos de 60 países com o melhor do cinema atual, incluindo filmes premiados em outros festivais mundo afora, como o italiano Gigi a Lei, o paquistanês Joyland e o brasileiro Paloma, grande vencedor do Festival do Rio 2022.

Abaixo, a equipe da Híbrida selecionou 17 filmes LGBTI+ de destaque na programação para assistir na Mostra SP. Confira abaixo:

“A Cozinha” (Brasil)

Estreia de Johnny Massaro na direção, A Cozinha é inspirado na peça de mesmo nome criada por Felipe Haiut, que também atua e assina o roteiro do filme. Na trama, Miguel (Haiut) convida Rodrigo (Saulo Arcoverde) para jantar em sua casa após 15 anos sem contato. No dia, Letícia (Julia Stockler), ex de Miguel, aparece sem ser convidada. A atmosfera desagradável se intensifica quando Rodrigo chega acompanhado de Carla (Catharina Caiado), sua noiva. Ao longo da noite, antigas memórias são revividas, redefinindo a vida do quarteto. Exibições:

“À Noite Todos Os Gatos São Pardos” (Suíça)

No primeiro longa de Valentin Merz, uma equipe grava um filme de época libertino no interior quando Valentin, o diretor, repentinamente desaparece. Enquanto a polícia começa as investigações, a filmagem continua, mas toma um estranho e inesperado rumo. Robin, o cinegrafista e amante do diretor, cumpre uma promessa que o leva até a costa do Oceano Pacífico no México. À Noite Todos os Gatos São Pardos foi exibido no Festival de Locarno, na Suíça. Exibições:

“A Porta ao Lado” (Brasil)

Em A Porta ao Lado, Rafa (Dan Ferreira) e Mari (Letícia Colin) são um casal tradicional, até se mudarem para um novo apartamento ao lado de Isis (Bárbara Paz) e Fred (Tulio Starling), que vivem em um relacionamento aberto. O encontro faz com que comecem a repensar suas escolhas e a relação que mantêm. O longa é dirigido por Julia Rezende, responsável por sucessos de bilheteria como Meu Passado Me Condena: O Filme e De Pernas pro Ar 3. Exibições:

“A Rainha Diaba” (Brasil)

Lançado em 1973, o filme de Antônio Carlos da Fontoura, que conta com Milton Gonçalves e Odete Lara no elenco, foi restaurado para a 46ª edição da Mostra SP. A história é livremente inspirada na vida de Madame Satã, encarnada na performance incrível de Gonçalves. O longa é um marco do cinema brasileiro e mostra como o malandro mais famoso do Rio controlava com mão de ferro a Lapa. Para evitar que um de seus homens de frente caia nas mãos da polícia, ele encarrega Catitu (Nelson Xavier) de inventar um bandido perigoso e entregá-lo à polícia no lugar do homem procurado. Exibição:

"A Rainha Diaba" terá versão restaurada na 46ª Mostra SP [Foto: Reprodução]
“A Rainha Diaba” terá versão restaurada na 46ª Mostra SP [Foto: Reprodução]

“Corpolítica” (Brasil)

Dirigido pelo jornalista Pedro Henrique França e produzido em parceria com o ator Marco Pigossi e Nathália Ribeiro, o documentário escancara a falta de representatividade LGBTI+ no cenário político brasileiro e as violências cometidas contra aqueles que tentaram e/ou conseguiram se eleger nas eleições de 2020. Também aborda o impacto do governo e da campanha de Jair Bolsonaro, assim como das fake news criadas especificamente contra a nossa comunidade e disseminadas à exaustão. O filme levou o troféu de Melhor Documentário no Prêmio Félix do Festival do Rio. Exibições:

O documentário “Corpolítica”, dirigido por Pedro Henrique França (dir.) e co-produzido com Marco Pigossi (esq.) traz depoimento de Erika Hilton [Foto: Divulgação]

“Gigi a Lei” (Itália/França/Bélgica)

Neste documentário de Alessandro Comodin, Gigi é um policial de uma cidade do interior, onde nada acontece. Quando se depara com uma onda de suicídios, ele começa a investigar um mundo estranho, entre a realidade e a fantasia, onde um jardim se transforma numa selva e um simpático policial mantém o coração aberto ao amor. Gigi a Lei venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Locarno e foi exibido no Festival de Nova York. Exibições:

“Isolamento Esplêndido” (Holanda)

No holandês Isolamento Esplêndido, de Urszula Antoniak, Anna e Hannah, após escaparem de uma catástrofe, se encontram numa casa abandonada onde cuidam uma da outra. Lá, a condição frágil de uma delas faz com que percebam que o tempo juntas está chegando ao fim. O longa foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda. Exibições:

“Joyland” (Paquistão)

Primeiro longa do paquistanês Saim Sadiq, Joyland venceu o Prêmio do Júri da seção Un Certain Regard, no Festival de Cannes deste ano. Na trama, a família Rana, um núcleo de classe média-baixa patriarcal e feliz, anseia pelo nascimento de um menino para continuar a linhagem familiar. É então que seu filho mais novo passa a trabalhar secretamente com dança erótica e se apaixona por uma ambiciosa estrela trans. Exibições:

“Lobo e Cão” (Portugal)

A história de Lobo e Cão, dirigido por Cláudia Varejão, é construída a partir da vida de moradores de uma ilha. A jovem Ana (Ana Cabral) é a filha do meio e percebe na sua adolescência que as tarefas dadas às meninas são completamente diferentes das dos meninos. Ela admira seu melhor amigo Luis (Ruben Pimenta), que adora tanto calças como vestidos.

Com um olhar humano e sincero, a narrativa passa por gênero e sexualidade de maneira nada didática e resulta em um filme eficiente e sensível. O longa recebeu o prêmio do júri como Melhor Direção na mostra Giornata degli Autori, durante a última edição do Festival de Veneza. Exibições:

https://www.youtube.com/watch?v=Mk4fxpTXE5w&feature=emb_title

“Medusa Deluxe” (Reino Unido)

Neste thriller, um misterioso assassinato ocorre durante uma disputada competição de cabeleireiros. Extravagância e excesso se chocam, enquanto a morte de um dos seus divide de forma violenta uma comunidade cuja paixão por cabelo beira a obsessão. Dirigido por Thomas Hardiman, o filme integrou o line-up do Festival de Locarno. Exibições:

“Medusa Deluxe”, de Thomas Hardiman [Foto: MUBI/Reprodução]

“Noites Alienígenas” (Brasil)

Em Noites Alienígenas, de Sérgio de Carvalho, a vida de três jovens amigos de infância na periferia de Rio Branco, Acre, se entrelaçam e por fim encontram-se em uma tragédia comum, numa sociedade em transformação e impactada de forma violenta com a chegada do crime organizado do sudeste. A vencedora do BBB 18, Gleici Damasceno, integra o elenco, que também conta com Gabriel Knoxx, Adanilo, Chico Diaz, Joana Gatis e Chica Arara. O longe venceu cinco Kikitos no Festival de Gramado de 2022, incluindo Melhor Filme. Exibições:

“Noites Alienígenas”, grande vencedor do Festival de Gramado de 2022 [Foto: Reprodução]

“Paloma” (Brasil)

Grande vencedor do Festival do Rio, Paloma venceu as categorias de Melhor Longa de Ficção e Melhor Atriz para Kika Sena na Première Brasil, competição principal do evento, além de ter levado o troféu de Melhor Filme Brasileiro no Prêmio Félix, voltado para obras com temática LGBTI+. Dirigido por Marcelo Gomes, Paloma traz a história de uma mulher trans que está decidida a realizar seu maior sonho: um casamento tradicional, na igreja, com o seu namorado, Zé (Ridson Reis). Com a recusa do padre local de celebrar a cerimônia, Paloma vai lutar para atingir seus objetivos. Exibições:

“Regra 34” (Brasil/França)

Em Regra 34, Simone (Sol Miranda) é uma jovem advogada negra que passou anos fazendo performances online de sexo para pagar a faculdade de Direito. Após ser admitida em um concurso para defensora pública, ela tenta reviver seu desejo sexual através do conhecimento pelas práticas BDSM. O filme é dirigido por Julia Murat, que assina também o roteiro com Gabriela Capello, Rafael Lessa e Roberto Winter. O longa venceu o Leopardo de Ouro, prêmio máximo no 75º Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, e o troféu de Melhor Direção de Ficção no Festival do Rio. Exibições:

“That Kind of Summer” (Canadá)

De Denis Côté, prestigiado diretor que já foi condecorado com o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno e o Alfred Bauer em Berlim, That Kind of Summer acompanha três mulheres que passam dias e noites tentando dominar seus conflitos internos. Sob a supervisão de uma terapeuta alemã e de um esforçado assistente social, o grupo tenta manter um equilíbrio delicado. O filme participou da última edição do Festival de Berlim. Exibições:

“Transe” (Brasil)

Com Luisa Arraes, Ravel Andrade e Johnny Massaro, Transe traz um romance entre os jovens vividos pelos três atores que, baseados no amor livre, acabam se deparando com um perigo iminente que ameaçar colocar o futuro de todos em risco: as eleições 2018. O filme foi escrito e dirigido repetindo a dobradinha de Carolina Jabor com Anne Pinheiro Guimarães, que já colaboraram juntas na série Desnude, do GNT. Exibições:

“Uma Mulher no Mundo” (França)

Em Uma Mulher no Mundo, Marie é uma prostituta, mãe solteira e participante ativa do sindicato das profissionais do sexo. Quando seu filho, que ama cozinhar, é expulso da escola, ela o matricula em um renomado curso de culinária francesa, mas seu otimismo contagiante não é suficiente para pagar as mensalidades. Dirigido por Cécile Ducrocq, com Laure Calamy, Nissim Renard, Béatrice FacquerRomain Brau no elenco.

“Uýra – A Retomada da Floresta” (Brasil/EUA)

Inspirado na criação de Emerson Pontes, o documentário de Juliana Curi mostra a jornada de Uýra, uma artista trans indígena que viaja pela Amazônia em uma jornada de autodescoberta usando a arte performática para ensinar aos jovens indígenas que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica. O filme venceu o Prêmio da Audiência de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema LGBT de São Francisco. Confira nossa entrevista exclusiva com Uýra Sodoma aqui. Exibições:

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