Híbrida
DRAG QUEM?

Vencedora do The Queen, Organzza conta seus sonhos e inspirações

Organzza foi coroada como a primeira rainha do The Queen (Foto: Nathan Ferreira | Revista Híbrida)

O Teatro Rival Petrobras coroou a carioca Organzza como a vencedora do concurso The Queen, após uma final acirrada no último dia 27. Uma das três competições que já passaram pela casa e ajudam a fomentar a cultura drag no Rio de Janeiro, o concurso tem formato similar ao do programa The Four Brasil, no qual as competidoras tentam tomar o trono de outras queens vencedoras da cena carioca, enquanto Samara Rios apresenta a atração e nomes como Miami Pink, Lorena Simpson e Eduardo Araúju assumem o júri.

A noite teve como tema para as performances alguns filmes clássicos da cultura pop. Organzza disputou o prêmio com Vick Diamond, Madalenna e Jujubah, saindo vitoriosa e coroada como a primeira rainha do concurso, após uma apresentação de 11 minutos inspirada em O Diabo Veste Prada (2006).

A próxima edição do The Queen será em março de 2020 e as inscrições começam a partir do próximo janeiro. Além do The Queen, o Teatro Rival Petrobras também tem outros dois concursos dedicados à cena drag: o Rival Rebolado, encerrado em 2018 (veja aqui a entrevista com a vencedora Miranda Lebrão), e o DragStar.

LEIA TAMBÉM —> O desbunde político do Rival Rebolado

Criada pelo ator e figurinista Vinicius Andrade há um ano e meio, a nova rainha da Cinelândia falou com a Híbrida sobre suas inspirações e projetos futuros. “Nunca perca a sua criança. Se você tá se divertindo, todos se divertem com você”, avisa. Leia a entrevista completa abaixo:

Organzza durante a final do The Queen, de onde saiu a vencedora da primeira edição do concurso (Foto: Nathan Ferreira | Revista Híbrida)
Organzza durante a final do The Queen, de onde saiu a vencedora da primeira edição do concurso (Foto: Nathan Ferreira | Revista Híbrida)

Híbrida: Quais as inspirações para sua drag?

Organzza: O carnaval é minha maior inspiração estética e tudo o que envolve o universo da minha infância serve de inspiração para as minhas performances. Além do Carnaval, tem também o período renascentista e uma pegada vintage dos anos 1980 e 1990.

H: O que uma drag precisa para se destacar na cena atual brasileira?

O: Acho que alguns fatores estéticos são levado ainda em consideração, pensando em drags de outras gerações. Mas acho que justamente a originalidade e inovação são o que traz destaque para uma nova drag.

H: Quando e qual foi o seu primeiro contato com a cultura drag?

O: Há 10 anos, eu assisti a um show da Suzy Brasil, na boate Cine ideal. Mas a primeira vontade de me montar veio quando comecei a acompanhar o concurso Queens, no ano passado.

LEIA TAMBÉM —> A plenitude holística no simulacre de Potyguara Bardo

H: O que acha sobre a cultura e cena drag carioca de hoje?

O: Cada vez maior e mais interessante. Vejo drags trazendo um novo olhar sobre a arte drag e principalmente sobre o fazer drag. Na cena carioca, especificamente, vejo muito encontros, contato e trocas entre as integrantes.

H: Qual o seu maior sonho em sua carreira como drag queen?

O: Sempre proporcionar momentos bons para as pessoas, seja com as minhas performances ou com meu trabalho como figurinista. Ainda tenho um sonho de realizar um grande desfile com minha própria coleção.

H: O que você acha que é o diferencial da Organzza no meio drag?

O: Acredito que a forma como eu penso narrativamente minhas performances é um diferencial. A ideia de presença e força cênica me destaca quando estou em drag. E, esteticamente falando, acho que a mistura de referências visuais bem coloridas, extraídas do carnaval, chama atenção para mim.

LEIA TAMBÉM:

Notícias relacionadas

“Vivendo um sonho”: Ikaro Kadoshi comenta “Caravana das Drags”, Xuxa e homofobia

João Ker
2 anos atrás

The Realness Festival anuncia line-up da edição 2024

Maria Eugênia Gonçalves
10 meses atrás

Aos 34 anos, Chi Chi DeVayne, de RuPaul’s Drag Race, morre de pneumonia

João Ker
4 anos atrás
Sair da versão mobile