As Olimpíadas de Paris 2024 começaram oficialmente na sexta-feira (26) e pelo menos 193 atletas assumidamente LGBTQIA+ participam desta edição dos Jogos, segundo o Outsports. O total representa um recorde nos Jogos, algo significativo em termos de visibilidade e aceitação no esporte de elite, um campo historicamente marcado por discriminação e preconceito contra a comunidade.
Na edição de 2021, realizada em Tóquio, foram 186 atletas declaradamente LGBTQIA+. O levantamento leva em consideração apenas os esportistas que já declararam abertamente sua orientação sexual e/ou identidade de gênero.
“A representatividade nos Jogos Olímpicos é fundamental para promover visibilidade e inclusão da comunidade. Atletas LGBTQIA+ inspiram jovens, motivam a aceitação e contribuem para a criação de um ambiente esportivo mais acolhedor”, destacou Anamara Moira, coordenadora de Educação, Exposições e Programação Cultural do Museu da Diversidade Sexual.
Quem são os atletas LGBTQIA+ nas Olimpíadas de Paris 2024?
O país com maior delegação olímpica é também o que tem mais atletas LGBTQIA+: os EUA, com 33 representantes. O Brasil vem logo atrás, com 30 esportistas da comunidade, mas empatado com a Grã-Bretanha na maior quantidade de competidores masculinos no ranking (3); e a Austrália fecha o pódio geral com 22 atletas, incluindo a bicampeã mundial de surf Tyler Wright. A anfitriã França conta com 9 representantes, atrás dee Alemanha e Espanha (12), Grã-Bretanha e Canadá (11) e Holanda (10).
Enquanto a Europa domina o ranking continental, a África e Ásia estão sub-representadas, por questões políticas e religiosas. O único país africano com atletas LGBTQIA+ é a África do Sul, com três representantes. Já os asiáticos contam com Filipinas e Tailândia, cada uma com um esportista na lista da diversidade.
Alguns nomes chamam a atenção: é o caso de Tom Daley, saltador britânico vencedor de quatro medalhas olímpicas, que este ano vai disputar sua quinta edição dos Jogos. Outra estrela dos esportes é a italiana Paola Egonu, considerada uma das melhores jogadoras de vôlei do mundo. Quem também se destaca na lista é a boxeadora Cindy Ngamba, que nasceu em Camarões, mas vai disputar as Olímpiadas de Paris 2024 como a única LGBTQIA+ do Time de Refugiados.
O Time Brasil pode se orgulhar pelos seus 24 atletas LGBTQIA+, e vários com boas chances de conquistar medalhas. A nadadora Ana Marcela Cunha e a judoca Rafaela Silva são campeãs olímpicas e vão em busca do segundo ouro em Paris. Já a boxeadora Beatriz Ferreira e a jogadora de vôlei de praia, Ana Patrícia, são favoritas para subir no pódio em suas modalidades.
Além delas, a rainha Marta, maior jogadora de futebol da história e duas vezes medalhista de prata em Jogos Olímpicos, também é uma das atletas brasileiras que representam a comunidade. Esta será a sexta Olimpíada da alagoana, que participou da sua primeira edição há exatos 20 anos, em Atenas 2004.
“A visibilidade desses atletas impulsiona mudanças sociais e colabora para criação de políticas inclusivas, garantindo o direito de presença em todos os aspectos da sociedade, quebrando barreiras para futuras gerações”, completou Anamara.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) também inaugurou a “Casa do Orgulho”, espaço criado na capital francesa com objetivo de promover a inclusão por meio do esporte. O projeto foi uma iniciativa entre a Associação Fier-Play e Paris 2024, com a ideia de combater a discriminação e diminuir a invisibilidade de esportistas LGBTQIA+.
Confira aqui a lista completa de atletas abertamente LGBTQIA+ competindo nas Olimpíadas de Paris 2024.
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