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Pia Sundhage deixa a Seleção Feminina com poucas conquistas e muita decepção

Ciclo de Pia Sundhage à frente da Seleção Feminina chegou ao fim nesta semana após vexame do Brasil na Copa do Mundo 2023 (Foto: CBF | Divulgação)

Ciclo de Pia Sundhage à frente da Seleção Feminina chegou ao fim nesta semana após vexame do Brasil na Copa do Mundo 2023 (Foto: CBF | Divulgação)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou oficialmente na quarta-feira (30) a saída da sueca Pia Sundhage do comando da Seleção Feminina. Desde a eliminação precoce do Brasil na Copa do Mundo Feminina, ainda na fase de grupos, era esperado o desligamento da técnica de 63 anos e de toda sua comissão técnica.

“Encerramos a partir de hoje o trabalho de Pia com a CBF. Quero agradecer a ela e a todos aqueles que conviveram e fizeram parte da comissão técnica da Seleção Brasileira Feminina de Futebol, que participou da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023”, declarou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

“Pia trouxe também, nesse período de 2019 até aqui, um trabalho que, para a CBF e para o futebol brasileiro como um todo, foi muito importante. Desejamos a ela, em seus novos desafios, todo o sucesso”, completou.

Pia Sundhage chegou ao Brasil em 2019 e já com ótimas credenciais para comandar a Seleção Feminina: conquistou duas medalhas de ouro com os Estados Unidos, em 2008 e 2012; e uma de prata com a Suécia, em 2016. Também havia sido eleita a Melhor Treinadora do mundo pela FIFA, em 2012.


A esperança era que a presença de Pia elevasse o nível do futebol feminino no Brasil. E, de certa forma, ter uma mulher estrangeira pela primeira vez como técnica da Seleção foi um grande passo, dando espaço e destaque para que outras também ocupassem cargos importantes na comissão técnica. Ao todo, dos 37 profissionais que foram ao último Mundial, 18 eram mulheres.

Durante o ciclo da sueca, o Brasil conseguiu marcar mais amistosos contra equipes do Top 10, além de utilizar espaços altamente tecnológicos, como o Centro de Treinamento da Nike, nos EUA, bem como a própria Granja Comary, o centro da CBF em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Outro ponto relevante foi a equipe feminina usar um voo fretado pela primeira vez para ir a uma Copa do Mundo, o que minimizou bastante a diferença de 13 horas para o fuso horário da Oceania.

Mas a sensação final é que Pia fez um trabalho melhor de coordenação do que de comando técnico. As expectativas eram altas e a sueca não entregou bons resultados nos dois principais torneios disputados: sofreu uma eliminação nas oitavas das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, para o Canadá (que viria a conquistar o ouro); e agora o vexame na Copa deste ano, já que o Brasil não era eliminado na primeira fase desde o Mundial de 1995.

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Além disso, Pia parece também não ter liderado bem a transição de gerações na Seleção Feminina. Formiga se despediu nas Olimpíadas sem medalha, Marta se despede das Copas sem o título e Cristiana sequer foi convocada nos últimos dois anos – uma decisão bastante questionável. Das 26 convocadas para o Mundial na Austrália e na Nova Zelândia, 11 jogadoras nunca tinham disputado uma Copa antes. Coincidência ou não, a equipe sucumbiu na fase de grupos, atrás da França e da Jamaica, esta última com uma estrutura ainda bem inferior à do Brasil, que amargou a 18ª posição geral.

No geral, Pia Sundhage teve um aproveitamento de 62% em partidas da Seleção, sendo 34 vitórias, 13 empates e 10 derrotas, ao longo dos quais marcou 139 gols e sofreu 42. O único título foi a Copa América de 2022, muito pouco para as expectativas colocadas.

Nos primeiros meses de Brasil, Pia Sundhage caiu no gosto da torcida pelo carisma que demonstrou, por exemplo, ao cantar e tocar “Anunciação” no violão. Mas sua apatia e falta de energia latina à beira do campo, principalmente nos momentos críticos da Copa, incomodou a maior parte dos torcedores. Nem mesmo todo o repertório de Alceu Valença poderia mantê-la no cargo.

A CBF prometeu anunciar a nova comissão técnica nos próximos dias, visando o novo ciclo que terá as Olimpíadas de Paris em 2024, e a Copa do Mundo de 2027, que tem o Brasil como um dos candidatos a sede. É praticamente certo que o nome escolhido seja Arthur Elias, que desde 2016 comanda a equipe feminina do Corinthians.

Sem dúvidas, ele é o melhor técnico disponível hoje no mercado. Elias tem 14 títulos com o Corinthians, sendo quatro Brasileiros e três Libertadores. Ele deve comandar a equipe paulista até o final da temporada, já que as corinthianas são favoritas para conquistar mais um título nacional. Depois, esperamos apenas que seu ciclo à frente da Seleção Feminina seja melhor do que foi o de Pia Sundhage.

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