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Justiça da Austrália absolve cardeal George Pell, acusado de estuprar dois meninos

Suprema Corte da Austrália anulou condenação de cardeal George Pell por ter abusado de dois menores de idade (Foto: Reuters)

A Suprema Corte da Austrália anulou a pena de prisão emitida em 2019 contra o cardeal George Pell, o eclesiástico mais alto da Igreja Católica já acusado de abuso sexual contra menores de idade. A decisão foi aprovada por unanimidade nesta terça-feira (6), cinco anos após a primeira denúncia contra o ex-chefe de finanças do Vaticano.

Em 2014, um homem de 30 anos oficializou uma acusação contra o cardeal Pell por supostamente ter abusado dele e de outro menino que cantava no coral da Capela St. Patrick, em Melbourne, quando ambos tinham 13 anos. O crime teria ocorrido após uma missa de domingo, em 1990, quando Pell ainda era arcebispo. O segundo homem que estaria envolvido no caso se matou em 2014, antes de a acusação ter se tornado pública.

De acordo a denúncia, o cardeal teria encurralado as crianças na sacristia e os obrigou a “realizar atos sexuais com ele”. O caso não contava com nenhuma testemunha ou evidência física que corroborasse as alegações contra Pell e foi julgado com base em depoimentos. Em dezembro de 2018, Pell foi condenado de forma unânime por quatro acusações de “atos indecentes com uma criança” e uma acusação de “penetração sexual em uma criança”. Ele começou a servir sua pena no ano seguinte.

Em março de 2019, o cardeal George Pell foi condenado a seis anos de prisão por ter estuprado duas crianças (Foto: AAP Image)
Em março de 2019, o cardeal George Pell foi condenado a seis anos de prisão por ter estuprado duas crianças (Foto: AAP Image)

Os advogados do cardeal Pell entraram com um recurso no Tribunal de Apelação do Estado de Vitoria e contestaram os cinco veredictos. O pedido foi negado por dois dos três juízes da corte. Em decisão conjunta, Anne Ferguson e Chris Maxwell afirmaram que a vítima foi uma “testemunha muito convincente, claramente não era um mentiroso” e que a condenação estava acima de qualquer dúvida.

O juiz Mark Weinberg, entretanto, discordou e decidiu que a vítima “estava inclinada a enfeitar aspectos de sua narrativa”. O caso foi movido à Suprema Corte e, em comunicado, o Vaticano afirmou que conduziria sua própria investigação sobre o cardeal Pell se ele esgotasse suas vias de apelação.

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Após a decisão favorável e incontestável da Suprema Corte a favor do cardeal, a Justiça de Vitoria emitiu um comunicado oficial, afirmando que respeitava a decisão e “continua comprometida a investigar acusações de abuso sexual e proporcionar justiça às vítimas, não importa quanto tempo tenha passado”.

Antes de sua condenação, o cardeal Pell trabalhava como secretário de Finanças do Vaticano, era o terceiro na hierarquia da Igreja Católica e integrava um pequeno comitê de conselheiros do papa Francisco, do qual foi expulso em 2018. Em dezembro do ano passado, o pontífice aboliu o sigilo sobre acusações de abuso sexual contra membros da Igreja e permitiu o compartilhamento de documentos com as autoridades civis.

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