Híbrida
MÚSICA

Os 8 melhores momentos LGBTQIA+ do Lollapalooza Brasil 2023

Estreia de Ludmilla, onipresença de Pabllo Vittar em shows como o de Tove Lo e apresentação de Lil Nas X são destaques do Lollapalooza Brasil 2023 (Fotos: Reprodução Instagram)

Estreia de Ludmilla, onipresença de Pabllo Vittar em shows como o de Tove Lo e apresentação de Lil Nas X são destaques do Lollapalooza Brasil 2023 (Fotos: Reprodução Instagram)

Em sua 9ª edição por aqui, o Lollapalooza Brasil trouxe novamente alguns dos maiores nomes da música para três dias de shows no Autódromo de Interlagos. Ainda que tenha sofrido com cancelamentos, novas denúncias de trabalho análogo à escravidão e críticas pelo preço alto dos ingressos, o festival continua um dos maiores e mais relevantes em 2023, mesmo com o boom de eventos do tipo pelo país (veja o roteiro completo aqui).

Da sexta-feira, 24, até este domingo, o Lollapalooza dominou as conversas online e se manteve estável entre os tópicos mais comentados do fim de semana no Brasil. Abaixo, confira os principais destaques dos nossos artistas preferidos no festival.

Pedro Sampaio: bissexual no telão

Uma das estreias no lineup do Lollapalooza, Pedro Sampaio conseguiu marcar seu nome na história do festival em seu primeiro dia. O DJ e produtor tocou uma série de pérolas do pop no palco Perry’s By Johnnie Walker Blonde, com músicas de Katy Perry e até um mashup do hit “Lovezinho” com a original “Say It Right”, de Nelly Furtado. Ao final, um remix aditivado de “Toda Forma de Amor” levou Lulu Santos ao som e ao telão, onde Pedro passou uma série de fotos com a “etiqueta” de suas orientações sexuais, que incluiu Lulu seguida de uma foto sua, ambos identificados como “Bissexual”.

Pedro já havia declarado que “se relaciona com quem quiser”, mas foi a primeira vez que usou o termo “Bissexual” para se definir. O público, claro, aplaudiu.

Kali Uchis com setlist especial

Exalando toda a energia de latina sensual e romântica que a consagrou por aqui, Kali Uchis se apresentou no Palco Budweiser apoiada por alguns dos seus principais sucessos, como a viral “telepatía”, “Dead To Me” e “After The Storm”. A apresentação foi recheada de danças coreografadas, pirotecnias e vocais esforçados, além de três músicas adicionadas especialmente para o show daqui (“De Nadie”, “Te Pongo Mal” e “No Hay Ley”) – no Twitter, ela já tinha discutido com um fã que reclamou da quantidade de covers cantados, mas depois apagou a interação.

Depois do show, ela foi às redes se desculpar com quem achou a apresentação ruim e disse que “não conseguia focar“. Quem viu, entretanto, não reclamou.

O espetáculo híbrido de Lil Nas X

Mesmo com playback ocasional e uma setlist duvidosa, Lil Nas X marcou sua muito aguardada e requisitada estreia em solo brasileiro fazendo figurativamente o que tinha anunciado e “comendo o traseiro” de todo mundo em um megaespetáculo no sentido mais literal da palavra. Antes de fechar o Palco Chevrolet na sexta, o artista mostrou que é um dos híbridos mais interessantes a nascer da fusão do pop e hip hop, passeando por grandes sucesso como “Old Town Road” e “Montero”, mas sabendo manter a energia alta mesmo nas faixas mais desconhecidas do público – algo difícil, principalmente quando a música em questão tem mais rap que refrões pegajosos. Isso tudo apoiado por dançarinos afiados no voguing, cenografia própria e um figurino que gritava camp.

Billie Eilish, uma querida

Principal atração do primeiro dia, Billie Eilish provou que estava à altura de uma headliner ao fechar a sexta no Palco Budweiser com um dos shows mais imperdíveis desta edição de Lollapalooza. Esbanjando carisma, energia e força vocal, ela soube transitar bem pelos picos e vales da curta e já icônica discografia, devolvendo o carinho do público na mesma moeda.

“Essa música é por causa de vocês”, disse ao cantar “Billie Bossa Nova”, incluída apenas na setlist daqui e apresentada pela primeira vez. Ela ainda levantou a bandeira do Brasil, do orgulho LGBTQIA+ e disse que os primeiros fãs da carreira eram brasileiros, antes de fechar com a apoteótica “Happier Than Ever”, ecoada em uníssono pela plateia.

Estreia de Ludmilla

Apoiada pelo novíssimo Vilã, seu novo disco autoral lançado dias antes, Ludmilla fez sua estreia no lineup do Lollapalooza, ainda surfando na onda de seu début elogiadíssimo no Palco Sunset do Rock In Rio ano passado. Apesar de ter incluído poucas inéditas no repertório, o catálogo recheado de hits deu conta de segurar e empolgar o público no sábado. A apresentação, como era de se esperar, ainda contou com participação da esposa, a dançarina Brunna Gonçalves, em “Maldivas”, eleita por aqui como a melhor música nacional de 2022.

Pabllo Vittar como mestre de cerimônias informal

Desde que subiu ao palco como convidada de Fergie no Rock In Rio 2017, Pabllo Vittar tem se tornado quase onipresente nos principais festivais do país. Este ano, apesar de não ter entrado no lineup oficial, ela deu um close pelos shows de Pedro Sampaio (na parceria “SAL”); Lil Nas X, onde entrou na ainda inédita “Batty Boy” (deixando o rapper boquiaberto com um espacate); e da duplinha do Sofi Tukker, com quem divide “Energia”. Como era de se esperar, a drag serviu talento e carisma, empolgando o público desde a hora que apareceu.

“Sempre é um grande sonho estar ao lado de artistas tão incríveis quanto o Lil Nas X, esta é nossa primeira vez juntos no palco, e a conexão não poderia ter sido mais incrível. Foi lindo demais”, disse Pabllo, em nota divulgada à imprensa. A parceria deve extrapolar os palcos e os rumores de um dueto aumentaram quando ambos postaram fotos no estúdio um dia depois da apresentação.

Tove Lo “para os gays”

Outra querida dos brasileiros, Tove Lo cativou o público com uma setlist cheia de sucessos, mas levemente focada em seus mais recente e excelente disco, Dirt Femme. Logo no início do show, que dispensou dançarinos e muitos adereços, ela já chamou MC Zaac para apresentar a parceria dos dois em “Are U gonna tell her?”, uma das melhores produções de funk e pop já feitas na gringa.

Prodígio das canetadas pop, Tove Lo também fez seu já clássico ato de rebeldia ao mostrar os peitos e recebeu logo depois Pabllo Vittar (de novo, sim!) para um dueto da excitadíssima “Disco Tits”. Depois, a sueca mostrou que estava no comando e mandou o público ir “descendo” (em português mesmo) no rebolado, além de dedicar a última música, “No One Dies From Love”, especialmente “para os gays” (mesmo que eles tivessem inevitavelmente curtido todas as anteriores).

Rosalía (part. esp. Gloria Groove)

Seis meses depois de trazer a turnê do elogiado Motomami a São Paulo, La Rosalía voltou à capital para fechar o Palco Chevrolet no último dia de festival, carregando quase automaticamente a coroa de maior ato do dia após o fiasco do cancelamento de Drake horas antes. Ela se provou à altura da tarefa, entregando tudo que o público brasileiro quer: talento, empolgação e simpatia. O público reagiu de acordo, cantando sucessos como “Con Altura”, “Despechá”, “Chicken Teriyaki” e “Malamente” na ponta da língua e deixando a artista à vontade para falar (em português!) que ama o Brasil e baile funk.

Um dos pontos altos foi quando Rosalía cantou “LA NOCHE DE ANOCHE”, parceria com Bad Bunny, e desceu para dividir o microfone com a plateia. Por sorte, coincidência ou acordo prévio, quem soltou o gogó na música foi a própria Gloria Groove, que estava curtindo o show da grade como uma boa fã e, claro, não desapontou.

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