Chegou ao fim o Rock In Rio 2022, após dois fins de semana com atrações que agradaram todos os gostos e gêneros musicais, incluindo alguns dos maiores artistas LGBTI+ do Brasil e do mundo.
Abaixo, selecionamos os melhores destaques da nossa comunidade ao longo do festival, com uma canja para as popstars que, apesar de não serem necessariamente LGBTI+, já têm um espaço de honra cativo entre nós.

E se você ainda tem fôlego (e fundos) para colar em alguma grade até o fim do ano, confira aqui nosso roteiro com os melhores shows e festivais que ainda vão rodar o Brasil.

Dua Lipa, melhor ato pop

Cinco anos desde sua última passagem como ato de abertura do Coldplay no Brasil, Dua Lipa deixou claro no palco do festival que já está pronta para ser considerada uma estrela de primeiro escalão no olimpo do pop. A produção de ponta do telão aos figurinos Mugler foram o melhor retorno do público que pagou caro no ingresso e aproveitou para cantar um refrão contagiante depois do outro. Esbanjando simpatia, dança e sensualidade, a cantora recompensou todos os fãs novos e antigos que amarguraram o lançamento do Future Nostalgia em meio ao isolamento da pandemia e longe das pistas.

Ludmilla metralha os hits

Abrindo com um vídeo que falava da sua trajetória e servindo hit atrás de hit, dos pagodes românticos aos funks pesadões, Ludmilla levou representatividade LGBTI+ ao palco, falou das piranhas, viados e sapatões e mostrou que merece mais destaque no lineup do festival. Os R$ 2 milhões que ela disse ter gastado na estrutura do “show da vida” valeram e muito a pena, mas deveriam ter saído do bolso do Rock In Rio. As presenças de Majur, Tati Quebra Barraco, MC Soffia e Tasha & Tracie foram a cereja do bolo, que ainda teve beijo na esposa Brunna Gonçalves, uma mais que bem-vinda ressignificação da camisa da Seleção brasileira e anúncio de single novo com Sean Paul.

O circo de Gloria Groove

Falando em artistas nacionais que mereciam mais destaque, Gloria Groove deveria ter ao menos encerrado o Palco Sunset ou levado ao Mundo seu espetáculo circense e incrivelmente inspirado no show de mesmo tema da Britney Spears, vide a abertura. Mas seguimos esperando por dias melhores para brasileiros. Gloria, de qualquer forma, mostrou porque a bonequinha é uma das artistas mais aclamadas no País, com sucessos, afinação, danças e até cover de Pitty.

 

Luísa Sonza e Marina Sena

Luisa Sonza tem tornado difícil a tarefa de quem tem por hobby criticá-la, e mesmo que tenham conseguido, o show no Rock In Rio já mostrou que a artista está no caminho certo para uma popstar com identidade, som e competência próprias. Além de seus muitos sucessos, coreografias de quebrar o joelho e os momentos vocais, Luísa fez uma homenagem a Marília Mendonça e teve a presença especial de Marina Sena para duetos dos catálogos de ambas, uma dobradinha que já tinha rolado no WME e apenas melhorou de lá pra cá.

Luedji Luna e Liniker

Duas das maiores potências na onda da nova MPB, Luedji Luna e Liniker renderam os vocais que já esperamos delas, carisma de sobra e momentos tocantes abrindo o Sunset no último dia de festival, com direito a coro pró-Lula da plateia. Elas dividiram o palco, algumas músicas e a emoção, vide o discurso de Liniker abaixo, sobre a importância de valorizarmos a excelência das trans e travestis pretas.

Jão canta Cazuza

Cazuza teve um dos shows nacionais mais memoráveis na história do Rock In Rio e homenagear alguém cuja memória permanece tão viva no coração do público não é uma tarefa fácil. Mas Jão, que é um fenômeno por si só e sabe bem como transformar covers em releituras interessantes, conseguiu elevar o feito com a ajuda de uma orquestra, atiçando a empolgação do público no Sunset entre músicas suas e de Caju, teve carisma de sobra e rendeu um momento emocionante com Lucinha Araújo, mãe do homenageado. A apresentação ainda teve o cantor balançando a bandeira bissexual, outro elo entre ele e Cazuza.

Demi Lovato mais roqueira

Depois das passagens por São Paulo e Belo Horizonte, Demi Lovato deitou e rolou no palco do Rock In Rio, mostrando-se mais à vontade do que nunca com a plateia e as próprias músicas. O show teve participação da cantora Royal & The Serpent em “EAT ME”, destaque do disco Holy Fvck, e alguns escorregões na voz, mas nada que desanimasse o público. No geral, a artista seguiu o mesmo roteiro das outras apresentações dessa turnê, que você pode conferir aqui.

Camila Cabello no baile funk

Com o português afiado graças ao Duolingo e o carinho de longa data dos brasileiros, Camila Cabello levou suas raízes latinas ao palco do festival com direito à declaração de se sentir “meia brasileira” e a apresentação de músicas fora do seu catálogo, como “ENERGY”, da Beyoncé,  e um mini baile funk empolgado. Para ajudar nessa seção, a cubana recebeu DJ Biel do Furduncinho, L7nnon e Bianca para um medley de batidão puxado pelo sucesso “Ai, preto”, já entoado na semana anterior por Jason Derulo.

Rita Ora convida Pabllo Vittar

Mesmo com boa vontade, o show de Rita Ora não tinha empolgado tanto o público do Rock In Rio até o momento em que a britânica trouxe ao palco Pabllo Vittar, que rebolou, berrou e encantou com a apresentação do sucesso “Amor de Que”. Depois da dobradinha com Fergie na edição de 2017, já está passando da hora de um show solo da drag queen no lineup do festival.

Lia Clark

Em sua estreia no palco do festival, Lia Clark levou o funk e as coreografias sensuais para o Espaço Favela, aumentando a representatividade LGBTI+ no lineup e agitando o público com seus maiores sucessos.