O Papa Francisco assinou um documento doutrinário do Vaticano permitindo que padres católicos romanos possam administrar bênçãos a casais do mesmo sexo. A informação foi divulgada pela própria sede da Igreja Católica na última segunda-feira (18), segundo a qual as pessoas que procuram o amor de Deus não devem ser sujeitas a “uma análise moral exaustiva”.
De acordo com o documento, que reverteu uma decisão de 2021, as bênçãos não devem fazer parte de rituais ou liturgias regulares, nem legitimam situações irregulares. Elas também não devem ser conferidas ao mesmo tempo em que uma união civil e os padres não são obrigados a abençoar os casais homoafetivos, tendo poder para se recusarem a praticar a nova medida.
“Em última análise, uma bênção oferece às pessoas um meio de aumentar a sua confiança em Deus”, diz o documento, frisando também que elas são “um sinal de que Deus acolhe a todos”. “O pedido de bênção, portanto, expressa e alimenta a abertura à transcendência, à misericórdia e à proximidade de Deus em mil circunstâncias concretas da vida, o que não é pouca coisa no mundo em que vivemos. É uma semente do Espírito Santo que deve ser nutrida, não impedida.”
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Este é mais um aceno do Papa Francisco aos LGBTQIA+. O pontífice argentino tem se esforçado mais que os anteriores para aproximar a comunidade da Igreja Católica, mesmo que caia em contradições.
A própria decisão de benzer casais homoafetivos entra nesse pacote, já que o documento do Vaticano destaca que as bênçãos não devem ser confundidas com o sacramento do casamento e reforça que o casamento é um “sacramento vitalício entre um homem e uma mulher”.
Ainda que a nova permissão seja uma vitória para os LGBTQIA+, principalmente os católicos, está longe de compensar séculos de perseguição ou significar algum avanço institucional do Catolicismo sobre a diversidade sexual.
Em seus ensinamentos, a Igreja Católica afirma que a atração pelo mesmo sexo não é pecaminosa, mas os atos homossexuais o são. Em outros momentos, o Papa Francisco também fez acenos de que os católicos deveriam acolher pessoas LGBTQIA+, mas definiu limites para o perdão e a benção de Deus. Relembre aqui essa e outras declarações do pontífice sobre a comunidade.