Depois do susto que causou nos fãs com sua internação em junho, Madonna finalmente voltou triunfante aos palcos com a turnê Celebration, que comemora seus 40 anos de carreira com shows ao redor do globo (os do Brasil ainda não foram anunciados, mas nossa torcida permanece até o último momento). Desde a primeira apresentação em Londres, a Rainha do Pop tem mostrado que permanece majestade e ainda por cima entregado uma série de momentos que parecem pensados especialmente para a sua base de fãs LGBTQIA+.

Dos covers e coreografias aos bailes de voguing e as referências à sua não-heterossexualidade, veija abaixo os 7 momentos principais em que Madonna celebra (como sempre) a cultura e comunidade LGBTQIA+.

I Will Survive

Um dos dois covers que fez questão de incluir na setlist (o outro é “Billie Jean”, do Michael Jackson), “I Will Survive” é apresentada de forma acústica, apenas com Madonna e um violão em mãos. A subversão de uma das músicas mais gays e dançantes já lançadas é o momento em que a Rainha do Pop tem costumado provocar a plateia e mencionar o susto que deu em meio mundo quando foi internada às pressas em junho deste ano.

“Vocês acharam que eu ia deitar e morrer? Eu vou sobreviver”, ela pergunta enquanto canta. Não que precisasse, mas a cereja do bolo foi a própria Gloria Gaynor, ícone por trás da versão original, abençoou oficialmente a releita de Madge: “Você tem um gosto musical excelente”, escreveu nas redes.

Bob The Drag Queen

É provável que ninguém esteja mais feliz com a Celebration do que Bob The Drag Queen. A vencedora da 8ª temporada de RuPaul’s Drag Race não só foi convidada como ato oficial de abertura da turnê, como também participa de vários momentos ao longo do show, lado a lado com uma equipe diversa de dançarinos de todas as cores, corpos e gêneros.

Homenagem às vítimas da Aids

Enquanto um globo de ouro dita o clima de “Holiday”, primeiro hit dae sua carreira, a música some em fade out e os dançarinos a caírem um por um em volta de Madonna. Depois de tentar levantá-los sem sucesso, ela cobre o corpo de um deles e some para dentro do palco, enquanto as primeira notas da balada “Live to Tell”, do True Blue (1986), começam a tocar.

A história é parecida com a do “recente” clipe de “God Control”, mas ao invés de perder os amigos para um tiroteio, Madonna faz uma homenagem às vítimas da Aids. Quando volta ao palco, ela está sobrevoando a plateia, cercada pelos rostos de pessoas que morreram pela epidemia do vírus.

Amigos próximos, como o artista Keith Haring, se misturam a anônimos e famosos, como Freddie Mercury. O tributo é de arrepiar qualquer um, por ser tanto uma confissão pessoal de Madonna como um resgate bem-vindo para lembrar às novas gerações que, numa época em que o HIV sequer era falado publicamente, a Rainha do Pop arriscou sua carreira para romper o silêncio, cobrar medidas das autoridades e informar o seu público sobre os riscos do vírus através de um folheto distribuído no encarte do Like A Prayer (mais sobre isso aqui).

Voguing

Um momento de ciclo completo para Madonna é a participação de Estere, sua filha caçula, fazendo voguing, um gênero que a própria Rainha do Pop ajudou a popularizar e imortalizar desde que lançou “Vogue”, em 1990. Com direito a saltos, dips e atitude cunt, a jovem de 11 anos faz seu próprio baile em uma seção dedicada aos dançarinos, enquanto a mãe avalia orgulhosa e, óbvio, dá nota 10.

Estere foi adotada por Madonna em 2017, durante uma viagem ao Malaui. Além dela, Lourdes Leon, a primogênita da Rainha do Pop, também chegou a participar do bloco sentada ao lado da mãe durante o primeiro show, que coincidiu com seu aniversário de 27 anos. Desde então, essa seção já recebeu participações de Julia Fox, FKA Twigs e Diplo (que inclusive ganhou um tapa na bunda dos dançarinos) e promete render outros momentos especiais ao longo da turnê.

Falando no bloco, atrações à parte de Madonna e dos convidados são os próprios dançarinos, que têm chamado atenção das redes pela forma como esbanjam *saúde e disposição*. Para poupar seu trabalho, os rapazes de jockstrap e calcinha são o Jax e o Prince.

Amantes

No interlúdio ao som de “I Don’t Search, I Find”, Madonna exibe no telão uma série de fotos e vídeos dos seus ex-namorados ou pessoas icônicas que passaram por sua vida (incluindo um clipe em que ela é chamada de “má” por Cher). Quem pisca, perde, mas os fãs conseguiram apontar que na mesma sequência de Guy Ritchie e do brasileiro Jesus Luz, a Rainha do Pop colocou uma imagem de Ingrid Casares, que já foi apontada como amante de Madge nos anos 1990 e ainda é uma de suas amigas mais próximas.

Justify My Love

Se ainda restava alguma dúvida de que Madonna não é heterossexual (isso é possível?), a certeza vem ao final de “Justify My Love”, música que por si só já é uma das mais eróticas de sua carreira. Nela, Madonna tem se declarado para uma das dançarinas que, de topless no palco, tasca-lhe um beijão na boca de dar inveja em Britney e Christina. Veja o momento abaixo.

 

Eterna Rainha do Pop

Nenhum dos motivos acima consegue traduzir tão bem a importância de Madonna para a comunidade LGBTQIA+ como a felicidade genuína desse público ao vê-la em cima do palco. Clipes de fãs das idades mais variadas têm viralizado pela forma como cada um se emociona ao ver a Rainha do Pop de perto, fazendo o que tanto ama: provocando e impulsionando o público, a arte e a sociedade, como faz desde o primeiro dia.