Depois de uma estreia aclamadíssima no 68º Festival Internacional de Cinema  de Berlim – Berlinale, um dos mais importantes do mundo, “Bixa Travesty”, longa que conta a trajetória e o ativismo de Linn da Quebrada, levou o prêmio de Melhor Documentário na 32ª edição do Teddy Awards, dedicado à  temática LGBT+.

Pôster oficial de "Bixa Travesty" (Foto: Reprodução)
Pôster oficial de “Bixa Travesty” (Foto: Reprodução)

Dirigido pelo casal Claudia Priscilla e Kiko Goifman, “Bixa Travesty” investiga os processos criativos de Linn, o significado político de sua arte e o impacto social que ela gera. Com participações de Liniker e Jup do Bairro, a montagem mescla apresentações ao vivo, gravações em estúdio, entrevistas e momentos da intimidade de Linn.

Linn da Quebrada durante exibição de "Bixa Travesty" na Berlinale (Foto: Reprodução Instagram)
Linn da Quebrada durante exibição de “Bixa Travesty” na Berlinale (Foto: Reprodução Instagram)

Uma coincidência, astrológica ou não, que vale ser citada: enquanto a artista faz sua primeira turnê pela Europa,  o single “Bixa Preta” completou paralelamente um ano de lançamento. Nas redes sociais, Linn comemorou o aniversário e o prêmio, com a tag mais que apropriada #BerLinndaQuebrada.

Jup do Bairro e Linn da Quebrada comemoram 1 ano de "Bixa Preta" e o Teddy de "Bixa Travesty" na Berlinale (Foto: Reprodução Instagram)
Jup do Bairro e Linn da Quebrada comemoram 1 ano de “Bixa Preta” e o Teddy de “Bixa Travesty” na Berlinale (Foto: Reprodução Instagram)

Na entrevista para a capa da nossa primeira edição, Linha já tinha falado sobre o poder que sua música tem de levantar reflexões não só no público geral, mas também nela mesma: “Minha produção artística é também um processo de cura pra mim. Minha música me serve como arma. Eu ainda preciso escutar essas coisas que canto”, comentou.

“Bixa Travesty”, diga-se de passagem, coroou uma edição do Teddy Awards especialmente favorável à produção audiovisual brasileira, que ainda levou os prêmio de Melhor Longa-Metragem por “Tinta bruta”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher; e “Obscuro barroco” (Evangelia Kranioti), corpodução greco-francesa que investiga a cena trans do Rio de Janeiro, que levou o Prêmio Especial do Júri.

Dos mesmos nomes por trás de “Beira-mar”“Tinta bruta” conta a história de Pedro, um jovem gay que, além da vida de universitário, é conhecido na internet como Garoto Neon, nnome fictício que usa para fazer shows em um site de sexo virtual.

“Obscuro Barroco” investiga a cena queer carioca, mesclando imagens do carnaval com a figura de Luana Muniz, representando a Lapa. Ativista social e autora da frase “Tá pensando que travesti é bagunça?”, Luana também já foi tema de outro documentário, Filha da Lua”, (Leonardo Menezes Rian Córdova, 2017).