Kaká di Polly, uma das maiores drag queens de São Paulo e um ícone LGBTI+, morreu nesta segunda-feira (23), aos 63 anos. O motivo da morte não foi divulgado, mas a informação foi confirmada por ativistas e amigos da artista.

Nascida Carlos Alberto Polycarpo (Carlinhos, para os amigos próximos), Kaká foi figura fundamental na consolidação da Parada do Orgulho Gay (como era chamada à época) quando, em sua primeira edição, deitou-se sobre o asfalto da Avenida Paulista e impediu que viaturas da polícia militar impedissem o desfile de acontecer.

Nos últimos anos, Kaká foi criticada por ter declarado voto em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Durante a pandemia, ela não foi convidada para participar da edição online da Parada do Orgulho, em 2020. Em uma carta aberta postada em suas redes sociais à época, ela confessou ter se arrependido da escolha para presidente.

Kaká di Polly na Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro, em 2004 (Foto: Pedro Stephan | Revista Híbrida)
Kaká di Polly na Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro, em 2004 (Foto: Pedro Stephan | Revista Híbrida)

“O fato de eu ter votado ‘errado’, não desmerece a minha luta, não desfaz a minha história e NÃO É JUSTIFICATIVA, como alguns alegaram, para eu ser IGNORADA durante a tal parada virtual. Aliás, aos que afirmam que este teria sido o motivo, quero saber como justificam os outros tantos nomes que foram esquecidos”, escreveu à época.

Kaká era figura conhecida na noite paulistana desde os anos 1970 e 1980, quando era presença cativa na antiga boate Medieval, a primeira abertamente gay de São Paulo. A forma esdrúxula que assumia em sua persona drag lhe renderam o apelido de “Divine brasileira“, em comparação com a musa camp de John Waters.

A morte de Kaká di Polly foi lamentada por artistas, influenciadores, ativistas e outros ícones LGBTI+, como a amiga Nany People. Veja abaixo algumas homenagens: