A contagem regressiva para a Copa do Mundo 2022 começou e, a 115 dias do início do evento, tanto a FIFA quanto o Comitê Organizador do Catar evitam falar sobre como serão recebidos os torcedores LGBTI+, uma vez que a homossexualidade é proibida no país.

Os organizadores já comunicaram que bandeiras do arco-íris serão proibidas nos estádios, sob a justificativa de “proteger os torcedores” das respostas homofóbicas que a simples presença do item pode gerar. Agora, o diretor da Federação Galesa de Futebol, Noel Mooney, pede que os visitantes que forem ao Mundial tenham “bom senso”.

“Temos uma comunidade LGBTQ muito forte entre nossos torcedores e um bom número vai viajar, com certeza. Falaram que haverá tolerância, mas mesmo um casal heterossexual não pode mostrar afeto publicamente nas ruas. Pode ser visto como provocação”, disse Mooney.

“Ir a uma mesquita e balançar uma bandeira do arco-íris, por exemplo, é o tipo de coisa que pedimos bom senso. Vamos a um país diferente, com uma cultura diferente. Quando as pessoas nos visitam, elas veem coisas que também não gostam, por isso estamos incentivando o bom senso em primeiro lugar e a serem tolerantes e conscientes de sua cultura”, completou.

O País de Gales conseguiu se classificar para uma Copa do Mundo depois de 64 anos, por isso Mooney acredita que a presença dos galeses será grande no Catar, inclusive de torcedores LGBTI+. Por sua vez, o país sede do Mundial de 2022 está participando pela primeira vez da competição mais importante do futebol, e tentando administrar as críticas por suas políticas contra direitos humanos.

A homossexualidade é proibida no Catar, com base na Sharia, a lei islâmica. Ser condenado por ter relações íntimas com pessoas do mesmo gênero pode resultar em prisão de até 7 anos ou mesmo uma condenação à morte, no caso dos homens.

Ainda em dezembro do ano passado, o presidente-executivo da Copa do Mundo de 2022, Al-Khater, pediu que os torcedores LGBTI+ mantivessem a discrição durante a estadia no país do Oriente Médio: “Se as pessoas seguirem o conselho de não manifestarem seu afeto publicamente, não acho que poderão ser identificadas”.