Após meses de espera, o Brasil começou a aplicar nesta segunda-feira (13) a vacina contra a varíola dos macacos, que já chegou a mais de 10 mil casos confirmados e 15 óbitos no País. Por enquanto, o Ministério da Saúde disponibilizou 46 mil doses à população e a imunização será feita apena em grupos prioritários.

O objetivo principal deste estágio da vacinação é proteger indivíduos com maior risco de evolução para as formas graves da doença, aqueles que tiveram contatos de médio e alto risco de transmissão com casos suspeitos e/ou confirmados para mpox e profissionais de laboratório com risco de exposição.

Veja abaixo os detalhe sobre a vacinação contra a mpox.

Quem pode se vacinar contra a varíola dos macacos?

A vacina será aplicada em dois grupos, divididos entre os de pré e pós-exposição. As recomendações do Ministério da Saúde são as seguintes:

Vacinação pré-exposição:

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses;
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.

Vacinação pós-exposição:

  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de riscos alto ou médio, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quem não pode se vacinar contra a monkeypox?

  • Pessoas já diagnosticadas com mpox e/ou que apresentam lesão suspeita de mpox
    no momento da vacinação;
  • Indivíduos com alguma contraindicação à vacinação, como histórico de reação alérgica grave (ex.: anafilaxia) após a administração da primeira dose, reações de hipersensibilidade aos componentes, gestantes, lactantes e pacientes com doenças febris agudas.

O que é classificado como exposição de alto risco à mpox?

Segundo as diretrizes da OMS, são exposições diretas da pele ou membranas mucosas à pele ou secreções respiratórias de uma pessoa com mpox confirmada, provável ou suspeita, seus fluidos corporais (lesão vesicular ou fluido pustuloso) ou material potencialmente infeccioso (incluindo vestimentas ou roupas de cama). Isso inclui:

  • Inalação de gotículas ou poeira da limpeza de quartos contaminados;
  • Exposição da mucosa devido a respingos de fluidos corporais;
  • Contato físico com alguém que tenha mpox, incluindo contato direto durante atividades sexuais, seja presencial, pele a pele, boca a pele ou exposição a fluidos corporais ou
    materiais ou objetos contaminados (fômites);
  • Normalmente compartilhando uma residência (permanente ou ocasionalmente) durante o período de incubação presumido com uma pessoa que foi diagnosticada com mpox, ou um ferimento penetrante por material perfurocortante contaminado ou através de luvas contaminadas.

O que é classificado como exposição de médio risco à mpox?

É considerada exposição de médio risco quando não houve contato direto com um indivíduo infectado, mas próximo na mesma sala ou espaço físico interno com um paciente sintomático com mpox confirmada, se não estiver sendo usado EPI adequado.

O que é classificado como exposição de risco baixo ou mínimo à mpox?

Pessoas cujos casos de exposição à mpox têm risco considerado baixo ou mínimo não estão aptas a se vacinarem por enquanto. Eles são definidos da seguinte forma:

  • Contato com uma pessoa com mpox confirmada, provável ou suspeita ou um local que possa estar contaminado com o vírus da varíola dos macacos, usando EPI apropriado e sem quaisquer violações conhecidas do uso do EPI e dos procedimentos de
    colocação e retirada do EPI;
  • Contato comunitário, como estar em um local externo com um caso sintomático sem proximidade ou contato físico;
  • Nenhum contato conhecido com um caso sintomático de varíola dos macacos nos últimos 21 dias.

Posso tomar a vacina contra a mpox junto com outras vacinas, como a da covid?

Como ainda não há estudos suficientes que atestem a segurança e eficácia da vacina Jynneos quando aplicada de forma simultânea a outros imunizantes, o Ministério da Saúde recomenda um intervalo de 30 dias com qualquer vacina previamente administrada. Em situação de pós-exposição, cujo principal objetivo é bloqueio da transmissão, recomenda-se que a vacinação contra a mpox seja realizada, independente da administração prévia de qualquer imunobiológico.

Quantas doses serão distribuídas por Estado?

A princípio, o Ministério da Saúde vai enviar o quantitativo suficiente para vacinar metade da população que está apta à imunização pré-exposição em cada Estado. O foco é em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) e que estejam com a contagem de CD4 menor que 200 nos últimos seis meses.

O cálculo total de pessoas que atendem aos critérios acima foi feito com base nos dados de exames disponíveis no sistema público de saúde e coletados nos últimos seis meses de 2022. A distribuição de doses adicionais dependerá da demanda, liberação da Anvisa e disponibilização.

Confira a tabela com o número estimado de pessoas vivendo com HIV/aids por Estado e unidade federativa: