Um novo boletim divulgado na última semana pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que, apenas entre janeiro e 31 de agosto deste ano, o Brasil já superou o total de pessoas transgênero assassinadas em 2019. Ao todo, foram 129 pessoas mortas, o que equivale a um óbito a cada 45,8 horas, o maior número registrados para o período nos últimos quatro anos.

No relatório parcial de abril, a Antra já havia apontado que, mesmo com a quarentena do coronavírus, os assassinatos de travestis e transexuais continuava a crescer no Brasil. No novo boletim, é possível ver que o número de mortes já aumentou 70% em relação ao mesmo período e superou o total do ano passado, quando foram registrado 124 mortes entre janeiro e dezembro.

São Paulo lidera o ranking de Estados com mais assassinatos em 2020, com 19 mortes entre janeiro e 31 de agosto. Em seguida, estão a Bahia e Minas Gerais, com 16 cada, o Ceará (15) e o Rio de Janeiro (7). Ainda segundo a Antra, todas as vítimas expressavam o gênero feminino, sejam travestis ou mulheres trans.

“[Isso] nos chama atenção para os recorrentes casos onde o ódio à identidade de gênero se faz presente, nos trazendo reflexões sobre o gênero como fator relacionado a essa violência, e uma onda de assassinatos que aconteceu no Ceará nos últimos dois meses analisados”. Apenas nos meses de julho e agosto, o Ceará saltou de sete assassinatos para 15, ocupando o 4º lugar do ranking nacional de estados com mais vítimas fatais da transfobia.

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