Afastado da televisão desde 2015, Gilberto Barros foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a dois anos de prisão por crime de homofobia. A denúncia foi feita pelo jornalista William de Lucca, que também é testemunha do caso, após declarações discriminatórias do apresentador em seu programa do Youtube, Amigos do Leão, há dois anos.

À época, Barros declarou que recorreria à violência física caso visse uma demonstração de afeto entre dois homens na sua frente. “Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente. […] Não tenho nada contra, mas também vomito, sou gente. Naquela época ainda, imagina. Chegando do interior… Hoje em dia, se quiser fazer [na minha frente], faz, mas apanha os dois”, disse no vídeo publicado em setembro de 2020 no seu canal.

Os advogados de defesa negaram que algum crime tenha acontecido, alegando que, pelo “sangue italiano” do apresentador, “ele costuma falar muito”.

Por Barros ser réu primário e como a pena da sentença foi inferior a quatro anos, a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, da 4ª Vara Criminal do Foro Criminal da Barra Funda, decidiu substituir a sentença de encarceramento para o regime inicial aberto e prestação de serviços comunitários e uma multa de aproximadamente R$ 3 mil, que deverá ser revertida a organizações que trabalham em prol da comunidade LGBTI+.

Esta foi a primeira sentença de prisão por homofobia no Brasil, desde que a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero foi equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2019. O apresentador ainda poderá entrar com recurso.