Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (2) na Avenida Paulista, coração da cidade de São Paulo, para a 28ª Parada do Orgulho do LGBT+. O tema deste ano foi “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo – Vote consciente por direitos da população LGBT+”, visando as eleições municipais que acontecem em outubro.

Da concentração em frente ao MASP à Rua da Consolação , a Maior Parada do Mundo trouxe 16 trios e reforçou a importância da comunidade continuar lutando por seus direitos, sem permitir retrocessos. Com a presença de artistas, políticos e famílias, o público LGBTQIA+ mostrou mais uma vez sua força nas ruas paulistanas.

Aqui destacamos os 6 momentos mais icônicos da Parada de 2024!

As cores da Parada de São Paulo

Pela primeira vez, a organização da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo pediu que o dress code fosse o verde louro da nossa flâmula. A orientação resultou em um dos momentos mais lindos do evento, com as ruas e trios elétricos tomados pelas cores do Brasil, mostrando que também somos parte desse país e ele também nos pertence.

Pabllo Vittar canta Madonna

Pabllo Vittar, que ao lado de Madonna foi a grande responsável pelo resgate desse verde e amarelo, subiu no trio da Vivo e mostrou que também não esqueceu a passagem da Rainha do Pop por aqui. Na setlist, ela fez questão de enfiar “Nothing Really Matters” entre a seleção de hits próprios.

A dialética de Erika Hilton

Força inegável da política, a deputada federal Erika Hilton (PSOL) subiu mais uma vez ao trio de abertura para fazer um discurso apaixonado e apaixonante de resistência da população LGBTQIA+. Além de reforçar que o Brasil também é formado por gays, travestis, sapatões etc., ela repetiu o mote do ano e perguntou ao público da Avenida Paulista: “O Brasil está pronto para ter uma presidente travesti?”. Se dependesse só do grito de quem estava por lá, sim.

Feira da Diversidade

Por mais um ano, a Feira da Diversidade que antecede a Parada se mostrou um espaço para difusão de políticas públicas, ações de marketing e amplificação de vozes e negócios LGBTQIA+. No Memorial da América Latina, artistas queer dividiam o espaço com marcas como a L’Oreal, que se uniu à Saint Laurent Beauty para fazer uma ação de conscientização sobre assédio, e a Philip Morris, que realizou uma palestra sobre empregabilidade trans no mercado.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, participam do lançamento do projeto-piloto do Programa Empodera+: Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para Pessoas LGBTQIA+, na 23ª Feira da Diversidade. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, participam do lançamento do projeto-piloto do Programa Empodera+: Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para Pessoas LGBTQIA+, na 23ª Feira da Diversidade. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Reunião da Banda Uó

No trio do Burger King, a Banda Uó fez a maior apresentação desde que anunciou seu retorno, com a participação de Gaby Amarantos. Precursor da cena queer, o grupo empolgou o público e lembrou que faz falta no cenário nacional.

Amor de Famíla

Uma das ações que mais emocionou o público da Paulista foi o grupo de anjos disfarçados de gente que estavam segurando cartazes com “Abraço de Pai” e “Abraço de Mãe”. Era difícil passar por ali e não ser puxado por eles, e melhor ainda que o abraço era ver o sorriso de paz e amor das pessoas por perto.

Lineup diversificado

Variando pelo menos um pouco dos mesmos nomes de sempre, alguns com mais apelo por seguidores nas redes do que músicas no catálogo, a Parada deste ano diversificou o lineup e trouxe nomes menos óbvios entre os artistas que se apresentaram nos trios. Daniel Peixoto, Filpe Catto, a própria Banda Uó e Edson Cordeiro foram alguns dos que passaram por lá. Nesse sentido, saiu vitorioso o trio do Terra com a L’Oréal, que teve a sacada genial de resgatar Sandra de Sá, um ícone da comunidade LGBTQIA+ que não é incluso nas discussões gerais nem lembrado pelas novas gerações com a frequência que merece.

Bônus negativo: a virada da Consolação

Pela primeira vez em seus quase 30 anos, a Parada do Orgulho teve que passar pelo lado ímpar da Avenida Paulista, graças às obras do Metrô de São Paulo. Além de estranhamento, o acesso ao início da Rua da Consolação estava bloqueado, o que obrigava um público de milhões de pessoas a se espremer pela Rua Augusta, interrompendo também o fluxo dos trios elétricos e as apresentações dos artistas.

Alguns, como Pabllo, desistiram de cantar nesse trecho e esperaram a curva passar. Outros prosseguiram com a apresentação, mas sem público suficiente no chão. Mais constrangedor ainda eram os seguranças e guardas municipais que tentavam bloquear o início da Consolação em número insuficiente para dar conta da demanda.