A maior competição musical de drag queens do mundo está de volta e tem novamente uma representante brasileira na disputa. Depois de a gaúcha a Grag Queen sair como a grande vitoriosa na estreia de Queen of The Universe, quem vai buscar o título para o Brasil agora é Chloe V, nome conhecido na cena carioca que agora participa da segunda temporada do reality, cujo primeiro episódio chegou no último sábado (3) ao catálogo do Paramount+.

Chloe V começou a se montar há mais de 14 anos, e há uma década tem se apresentado como DJ por todo o país. Em 2015, ela também formou a primeira banda drag do Rio de Janeiro: As Baphônicas, um trio poderoso formado com Natasha Fierce e Ravena Creole, que foi uma das participantes de Caravana das Drags (Prime Video).

Mas agora Chloe volta aos holofotes integrando o elenco de uma produção da franquia RuPaul’s Drag Race. E ela promete entregar tudo para levar o prêmio de US$ 250 mil.

“Foi uma experiência incrível, não tem como explicar. É um sonho mesmo. É muita responsabilidade, o selo RuPaul lança carreiras!”, comemora Chloe em entrevista à Híbrida. “Você vê muitas drags bem-sucedidas graças ao World of Wonders (produtora do programa), eles fazem acontecer. Isso não abriu só uma porta, abriu um túnel mesmo de oportunidades para eu me agarrar com tudo. Espero que o povo goste de mim, tentei ser 100% eu. Sou super bagaceira mesmo, venho trazendo o Brasilzão puro.”

O Queen of the Universe, que tem RuPaul como produtora executiva, conta com a apresentação de Graham Norton, e um júri estelar formado por Michelle Visage, a atriz Vanessa Williams, Trixie Mattel e Mel B, que substitui Leona Lewis nesta nova temporada. E foi justamente a Sporty Spice quem mais impressionou Chloe V durante as gravações do reality, em Londres.

Chloe V nas gravações da segunda temporada de "Queen Of The Universe", reality show musical produzido por RuPaul (Foto: Divulgação)
Chloe V nas gravações da segunda temporada de “Queen Of The Universe”, reality show musical produzido por RuPaul (Foto: Divulgação)

“Eu já conhecia a Michelle Visage. Na época que ela veio com a Werk the World, eu fiz o show de abertura. Mas a Mel B era meu goal mesmo, e consegui falar com ela, foi tudo. Imagina, falar com a Mel B das Spice Girls? Ela saber seu nome? Só por isso já valeu a pena. Sou muito fã das Spice Girls desde nova, e acho que foram elas que me libertaram para o mundo, para ser uma pessoa mais afeminada, mais queer, mais desprendida de tudo”, revela.

Além das Spice Girls, algumas das principais referências de Chloe V são Fat Family, Whitney Houston, Céline Dion, Vanessa Jackson e Beyoncé. Só que logo no primeiro episódio, a artista surpreendeu ao escolher a icônica “Creep”, da banda Radiohead, para soltar seus vocais.

“As minhas músicas no programa não têm nada a ver com as minhas inspirações. Mas eu era meio rock girl desde adolescente, e acho que minha voz tem uma pegada meio pop-rock. Acho que a produção viu isso também e quis mostrar esse lado roqueira. Eu adorei. Acho que deu 100% certo”, comenta. “Amo ‘Creep’, acho que essa foi a primeira música que cantei quando estava na preparação, para ver quais músicas a gente ia fazer em cada episódio, e ficou para a abertura.”

Além do Brasil, o elenco da nova temporada tem representantes dos EUA, Itália, Holanda, Filipinas, Israel, México, Austrália e Reino Unido. Mesmo com a barreira da língua, Chloe V acredita que nosso país tem as queens mais criativas e talentosas de todo o mundo.

As estrangeiras fazem um trabalho ótimo, mas as drags brasileiras conseguem tirar leite de pedra, nunca vi coisa igual

“Eu acho que as drags brasileiras são muito inteligentes. E a arte drag aqui no Brasil é muito desvalorizada. Eu vejo drag com R$ 50 fazendo coisas extraordinárias. A drag brasileira se adapta a qualquer coisa, são muito talentosas. Não querendo puxar a sardinha, mas a drag brasileira dá de dez a zero no mundo inteiro”, avalia.

Chloe V ainda conta que teve apenas um mês para se preparar entre o convite oficial e o início das gravações. Mesmo sem revelar exatamente quanto gastou em looks, makes e acessórios que preparou especialmente para a competição, a queen garante que todo o investimento valeu a pena para entregar “nada menos que excelência”.

“Já gravamos há quase um ano e eu acabei de pagar meus looks no mês passado. É muito gasto, drag é muito caro, e se você quer fazer drag com excellence, é mais caro ainda. Foi um tiro, mas valeu tudo a pena”, garante. “Gastaria o dobro se pudesse.”

A 2ª temporada de Queen of the Universe já está disponível para os assinantes da Paramount + no Brasil (clique aqui). Os episódios são liberados sempre aos sábados. Assista ao trailer abaixo.