Na terça-feira (09), um vídeo com a ex-participante de “RuPaul’s Drag Race”, Nina Bo’nina Brown, circulou pelo Twitter causando indignação entre a comunidade drag e os fãs do programa. No trecho, a drag queen analisa o desfile mais recente de Gottmik (primeiro homem assumidamente trans a participar de alguma franquia do reality), dizendo:

“Gottmik pode usar isso e ainda ter curvas… Bem, nós sabemos o motivo”

Queens como Yvie Oddly (vencedora da 11ª temporada), Jan (12ª temporada), Rosé (13ª temporada), dentre outras partiram em defesa de Gottmik, acusando a transfobia de Nina. Posteriormente, o artista transgênero utilizou a rede social para enviar uma mensagem de agradecimento pelo apoio que tem recebido:

“Obrigado a todos vocês por trazerem tanta luz e amor para esta situação e por todas as garotas de Drag Race se levantando e mostrando apoio público à comunidade trans. Significa muito não só para mim, mas para todos que estão lendo e foram afetados pela negatividade espalhada ao redor.”

Este infeliz acontecimento não foi o primeiro a envolver acusações de transfobia relacionadas ao universo de RPDR. O próprio RuPaul, diversas vezes, foi responsável por declarações polêmicas e conservadoras quanto a comunidades trans e sua inclusão no reality.

No episódio mais recente, o apresentador disse, em entrevista para o The Guardian no ano de 2018, que provavelmente não aceitaria como competidoras mulheres transgênero que passaram por transição por acreditar que isso mudaria todo o conceito de drag.

O comentário causou alarde, com o público recordando as participações de mulheres trans em temporadas anteriores, como Carmen Carrera (3ª temporada), Gia Gunn (6ª temporada/All Stars 4) e Peppermint (9ª temporada) e criticando veementemente a fala do showrunner.

Após as críticas, RuPaul utilizou o Twitter para pedir desculpas e, em 2021, além da participação do primeiro homem trans na história do seriado, a icônica frase “Que vença a melhor mulher” foi substituída por “Que vença a melhor drag queen”, reconhecendo a diversidade da arte drag e demonstrando maior inclusividade para pessoas trans e não-binárias..

Esperamos que o pedido de desculpas de RuPaul e as transformações dentro do programa sinalizem cada vez mais um universo plural e diverso na história de Drag Race e que participantes como Gottmik possam se tornar regra, deixando os comentários de Nina num passado obscuro e distante.