A temporada carioca da peça Manifesto Transpofágico, escrita e estrelada pela atriz trans Renata Carvalho, atraiu alguns convidados especiais nas sessões desta semana. Segundo o jornal Extra, Renata Sorrah e Caio Blat foram ao Teatro SESI Firjan do Centro conferir o monólogo e, durante uma das interações, a atriz admitiu pela primeira vez publicamente ser bissexual.

Em um dos momentos de interação com o público, Renata Carvalho perguntou quem ali era bissexual. Segundo a revelação do Extra, Renata Sorrah e Débora Lamm foram algumas das pessoas que levantaram a mão e se identificaram como tal.

Em outro momento, Caio Blat também teria indicado que já se relacionou com uma mulher trans. O ator estava acompanhado da esposa e atriz Luísa Arraes, com quem mantém um relacionamento não-monogâmico. Questionado por Renata Carvalho como foi a reação das pessoas próximas, ele respondeu que “tiveram inveja” e arrancou aplausos do público.

Nas redes sociais, internautas resgataram uma matéria publicada na década de 1970, na revista Interview, segundo a qual Sorrah já teria vivido naquela época um romance com Maria Bethânia. Até hoje, entretanto, nenhuma delas comentou o tema publicamente, seja para negar ou para confirmar a suposta relação.

Aos 76 anos, Renata Sorrah tem uma série de trabalhos e personagens marcantes na TV, no teatro e no cinema. Atualmente, ela integra o elenco de Vai na Fé, novela que tem feito sucesso na faixa das 19h da Globo, inclusive com o casal bissexual formado por Clara e Helena (ou #CLARENA), vividas pelas atrizes Regiane Alves e Priscila Sztejnman. No capítulo desta quarta-feira (10), por sinal, internautas criticaram a edição por ter censurado um beijo das personagens e retirado a cena da exibição que foi ao ar.

Já a peça Manifesto Transpofágico é, como a própria Renata Carvalho contou à Híbrida, uma “faxina na palavra travesti”. Na segunda parte do monólogo, a atriz já usa todo seu humor e desenvoltura para construir uma ponte e conversar com a plateia, quase como se comandasse um programa de auditório que promove discussões e reflexões sobre os vários graus de transfobia permeados na sociedade.

“O grande barato do Manifesto, que aprendo cada vez com ele, é que nós precisamos dialogar, precisamos aprender a escutar o divergente. Se estou dentro do teatro, aquela pessoa veio me assistir, saiu de casa… como eu não posso acolher? Claro que pode aparecer alguém que não quer ser desconstruído e caiu de paraquedas, mas a grande maioria quer. Então, quando a gente tem a oportunidade de discutir, debater, tirar dúvida etc., é um momento também de expansão, de alargamento. É um momento didático que tem o seu papel”, explicou a atriz.

A peça segue em carts no Teatro Firjan SESI até 30 de maio. Os ingressos podem ser comprados aqui.