Após o recorde de pessoas LGBTI+ eleitas há dois anos, as eleições 2022 já começam a apontar para um possível cenário de aumento da comunidade participação política, pelo menos no que depender de travestis e transexuais. Pegando carona em uma seleção já indicada pela Antra, a Híbrida separa aqui uma lista com os nomes de pessoas trans que já estão em pré-campanha para uma vaga no Congresso Nacional.

Confira abaixo as pré-candidaturas já confirmadas e lembre-se: as eleições 2022 decidirão os novos representantes para a Presidência, Senado, Governos Estaduais, Câmaras Federal e Estadual serão em 2 de outubro, mas o prazo para regularizar seu título de eleitor se encerra em 4 de maio!

Conheça aqui também a história de Kátia Tapety, que em 1992 se tornou a primeira travesti eleita na política do Brasil.

Erika Hilton (PSOL-SP)

Com mais de 50 mil votos, Erika Hilton se tornou em 2020 a vereadora mais votada do País depois de ter deixado o mandato coletivo como deputada estadual pela Bancada Ativista, que dois anos antes a elegeu como uma das duas primeiras travestis a ocuparem uma vaga na história da Assembleia Legislativa de São Paulo. No ano passado, ela se tornou também a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, por unanimidade. Agora, já anunciou que pretende disputar uma vaga no Congresso como deputada federal e, se sua popularidade no pleito anterior é algum indicativo, tem boas chances de vencer.

Erika Hilton foi a vereadora mais votada de São Paulo em 2020 (Foto: Reprodução)
Erika Hilton foi a vereadora mais votada de São Paulo em 2020 (Foto: Reprodução)

Erica Malunguinho (PSOL-SP)

A primeira mulher trans a ser eleita com uma candidatura individual como deputada estadual de São Paulo, Erica Malunguinho já confirmou que agora pretende trocar a Alesp pelo Congresso e conquistar uma vaga como deputada federal, em Brasília. “Meu desejo é levar ao Congresso Nacional um projeto de humanidade para todo o país, em que caibam nossos anseios pretos e LGBTs e os além”, disse.

Erica Malunguinho é a primeira mulher trans eleita deputada estadual em São Paulo (Foto: Alesp | Divulgação)
Erica Malunguinho é a primeira mulher trans eleita deputada estadual em São Paulo (Foto: Alesp | Divulgação)

Robeyoncé Lima (PSOL-PE)

Eleita codeputada estadual em Pernambuco pela candidatura coletiva Juntas, a advogada Robeyoncé Lima foi a primeira parlamentar trans do Estado e agora irá disputar as eleições 2020 como candidata a deputada federal. “É preciso ter muita coragem para dar um novo passo. Mas é preciso ser travesti, preta e nordestina para entender que já passou da hora de nossos corpos retomarem o terreiro que abriga o Congresso Nacional”, declarou em suas redes sociais.

Robeyoncé Lima é codeputada estadual em Pernambuco (Foto: Reprodução)
Robeyoncé Lima é codeputada estadual em Pernambuco (Foto: Reprodução)

Duda Salabert (PDT-MG)

Em 2022, Duda Salabert foi a vereadora mais votada na história de Belo Horizonte, conquistando mais de 37 mil votos, um recorde entre homens e mulheres na capital mineira. A professora carrega a educação como uma de suas principais bandeiras. Agora, ela pretende tentar pela segunda vez uma vaga no Senado, após não ter conseguido se eleger para o posto em 2018. A pré-candidatura ainda não foi lançada oficialmente, mas, nas redes sociais, Duda já compartilhou uma pesquisa de opinião que, com a variação percentual, a coloca como a terceira mais citada entre as intenções de voto do Estado mineiro.

Em 2020, Duda Salabert tornou-se a vereadora mais votada na história de Belo Horizonte (Foto: Reprodução)
Em 2020, Duda Salabert tornou-se a vereadora mais votada na história de Belo Horizonte (Foto: Reprodução)

Indianare Siqueira (PT-RJ)

A matriarca da Casa Nem tentou uma vaga como vereadora do Rio nas últimas eleições, mas acabou não ganhando. Agora, Indianare Siqueira pretende disputar uma vaga no Congresso novamente pelo PT, partido que já contou ser o que mais se assemelha às suas ideologias políticas (veja nesta entrevista). A pré-candidatura não foi lançada oficialmente, mas foi confirmada pela Híbrida.

A ativista Indianare Siqueira vai se candidatar pelo Rio de Janeiro, onde mantém a Casa Nem (Foto: Reprodução)
A ativista Indianare Siqueira vai se candidatar pelo Rio de Janeiro, onde mantém a Casa Nem (Foto: Reprodução)

Ariadna Arantes (SP)

A primeira mulher trans a participar do Big Brother Brasil confirmou na última semana que disputará uma vaga como deputada federal por São Paulo. Ariadna Arantes ainda não anunciou qual será o partido responsável pela candidatura.

Após viver por anos na Itália, Ariadna Arante está de volta ao Brasil e vai se candidatar a deputada federal (Foto: Reprodução)
Após viver por anos na Itália, Ariadna Arante está de volta ao Brasil e vai se candidatar a deputada federal (Foto: Reprodução)

Paula Benett (PSB-DF)

Assistente social e ativista com um longo histórico em Brasília, Paula Benett anunciou sua pré-candidatura a uma das oito vagas do DF na Câmara dos Deputados. Após ter trabalhado como coordenadora de Políticas LGBT no governo do Distrito Federal, ela agora se torna a primeira transexual a disputar o cargo. “Independente de resultado, já é uma grande vitória ocuparmos esse espaço. A minha luta é por uma sociedade mais justa e igualitária, sem nenhuma forma de violência e preconceito”, declarou.

Paula Benett é a primeira mulher trans a disputar uma vaga de deputada federal pelo DF (Foto: Reprodução)
Paula Benett é a primeira mulher trans a disputar uma vaga de deputada federal pelo DF (Foto: Reprodução)

Symmy Larrat (PT-SP)

Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), a jornalista Symmy Larrat tem um longo histórico de ativismo na capital paulista, onde foi gestora do Transcidadania, programa pioneiro no auxílio de renda à população trans durante a gestão de Fernando Haddad (PT) à frente do município.

A jornalista e ativista Symmy Larrat foi responsável por coordenar o programa Transcidadania em SP (Foto: Reprodução)
A jornalista e ativista Symmy Larrat foi responsável por coordenar o programa Transcidadania em SP (Foto: Reprodução)